11 de junho de 2014 - 15h33
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) teme que a portaria que reclassifica os hospitais venha a prejudicar o ensino prestado pelas unidades de saúde e a reduzir a capacidade formativa do internato médico.
Para a ANEM, a reclassificação dos hospitais não pode ser pensada sem ter em conta “o importante papel das unidades hospitalares portuguesas enquanto instituições com responsabilidade pelo ensino da medicina”.
Segundo um comunicado hoje divulgado, a associação espera que a nova categorização dos hospitais não conduza a um decréscimo de vagas para a formação pré e pós-graduada em medicina.
Os estudantes de medicina apelam a uma reavaliação da portaria publicada em abril, que hierarquiza os hospitais, prevendo a retirada de serviços ou valências a algumas unidades.
“A portaria preconiza a perda de valências de várias unidades hospitalares, o que poderá afetar o ensino pré-graduado prestado pelas unidades hospitalares afiliadas a escolas médicas, assim como reduzir a capacidade formativa do internato médico”, refere a Associação Nacional.
A ANEM lembra que, atualmente, a formação médica está dependente de protocolos entre escolas médicas e unidades hospitalares, que permitem que “centenas de estudantes tenham uma formação clínica necessária e adequada em diversas especialidades médicas”.
Quanto ao internato médico, também cumprido nos hospitais, é o que permite aos estudantes tornarem-se médicos “autónomos e especialistas, garantindo a qualidade da prestação de cuidados de saúde em Portugal”.
A portaria que reclassifica os hospitais tem motivado várias ações de protesto, nomeadamente organizadas por sindicatos e utentes, que reclamam a revogação do diploma que retira valências a algumas unidades de saúde públicas.
Por SAPO Saúde com Lusa