8 de maio de 2014 - 14h23

A Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP), com sede na
Mealhada, alertou hoje que mais de 70% dos doentes com hipertensão
pulmonar estão por identificar devido a "diagnóstico mal feito".

De
momento, há cerca de 300 doentes com hipertensão pulmonar a receber
tratamento em Portugal, mas haverá "mais de 1.000" no país, advertiu
Teresa Carvalho, da APHP, afirmando que "as pessoas não conseguem chegar
a um diagnóstico correto por os sintomas, como a falta de ar e os
lábios arroxeados, não serem apenas típicos desta doença".

Para
além do mau diagnóstico, "os doentes estão a ser diagnosticados tarde de
mais", o que "influencia a qualidade de vida" das pessoas com
hipertensão pulmonar, explicou, referindo que "é necessário uma melhor
formação dos profissionais de saúde" para "uma melhor triagem".

Segundo
Teresa Carvalho, as dificuldades de acesso à saúde também influenciam
os números de doentes não identificados, observando-se que a maior parte
dos doentes a receber tratamento "vivem nos grandes centros urbanos,
como Lisboa ou Porto".

"Para além de ser uma doença que traz
várias complicações e de ser crónica", também há "muita gente que não é
tratada porque os tratamentos são muito caros - cerca de cem euros por
mês", constatou a responsável da associação.

O Dia Mundial da
Hipertensão Pulmonar, que se celebrou a 5 de maio, vai ser comemorado
pela APHP no sábado, com várias iniciativas a decorrer na cidade do
Porto, entre elas um “flashmob”, às 17:00, no Aeroporto Francisco Sá
Carneiro, com 58 crianças do Centro de Dança do Porto.

"As
crianças vão estar com os lábios pintados de azul [um dos sintomas] e
vão erguer o slogan da associação: "perca o fôlego pela hipertensão
pulmonar"", contou Teresa Carvalho.

Às ‘9h00, vai-se realizar uma prova de cicloturismo pelas ruas do Porto e às 12:00 "uma mega aula de zumba", avançou.

A
APHP celebra o dia "com atividades físicas, porque estas deixam as
pessoas ofegantes. O que serve para mostrar como os doentes se sentem
todos os dias, a realizar coisas simples como a subida de um degrau de
escadas", disse a responsável.

Lusa