Enquanto a maioria das mulheres passa o dia à procura de mais um agasalho no escritório, os homens lamentam-se, já em mangas de camisa, por não poderem tirar mais roupa.

A explicação é simples: as temperaturas dos escritórios estão desenhadas para agradar mais os homens, do que as mulheres.

Um novo estudo confirma que a temperatura do corpo das mulheres é mais baixa do que a temperatura-padrão usada para definir os níveis de ar condicionado, tornando as mulheres mais propensas a sentir frio no local de trabalho. O estudo foi publicado online na revista Nature.

Embora a investigação seja baseada numa amostra de apenas 16 mulheres, esta análise trabalha resultados de estudos anteriores.

Uma investigação prévia já tinha concluído que a taxa padrão usada para definir as temperaturas dos ambientes de escritório é 35% mais elevada do que a taxa metabólica média das mulheres.

Outra análise mostrou ainda que as mulheres sentem-se mais confortáveis com temperaturas ambientes a rondar os 25.ºC, enquanto a maioria dos homens só consegue trabalhar abaixo dos 22.ºC.

O governo dos Estados Unidos, por exemplo, recomenda temperaturas entre os 20,5.° C e os 22,8.° C em ambientes de trabalho.

Esta discussão remonta aos anos 60 e 70, quando os cientistas e os reguladores estabeleceram números-padrão para o ambiente dos locais de trabalho com base na taxa metabólica de um homem de 40 anos, com 70 kg.

As mulheres tendem a ter taxas metabólicas mais baixas. Isso significa que o ar condicionado que mantém o indivíduo médio confortável, pode provavelmente deixar as mulheres de casacos e meias térmicas.

Boris Kingma e Wouter van Marken Lichtenbelt, da Universidade de Maastricht, na Holanda, e autores do estudo, sugerem que se acabe com este padrão dúbio, porque segundo eles o sistema de refrigeração das casas e escritórios gera 30% das emissões totais de dióxido de carbono.

Por outro lado, ajustar os níveis de refrigeração ao gosto das mulheres poderia reduzir drasticamente o consumo de energia, concluem os mesmos analistas.