Estima-se que sejam milhares o número de pessoas que todos os anos morrem com infeções hospitalares. Porém, os médicos, especialistas e autoridades portugueses desconhecem o número exato de vítimas cuja morte foi diretamente causada por este flagelo.

Tal acontece porque é impossível separar o número de óbitos em que a infeção é a causa daquelas em que este problema está associado à morte.

A constatação surge no último relatório “Portugal – Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos em Números - 2014”, apresentado esta quinta-feira em Lisboa, escreve o jornal Público.

“Embora seja impossível separar os óbitos em que a infeção é um acontecimento concomitante ou associado daqueles em que é a causa da morte, parece relevante a mortalidade associada às infeções hospitalares, com base nos dados da mortalidade hospitalar obtidos através dos Grupos de Diagnóstico Homogéneos”, lê-se no relatório, cita o referido jornal.

Os autores do documento revelam, por exemplo, que nos doentes a quem foi necessário colocar um cateter venoso central a percentagem de óbitos associada a infeções foi de 37,9%, em 2013, ou seja um total de 4310 pessoas.

A percentagem de mortes em que os doentes estavam infetados com microorganismos também é elevada. Nos pacientes com infeções por estafiloco áureo, uma das bactérias que com maior frequência causam infeções hospitalares, foi de 19% em 2013 (um total de 663 óbitos), enquanto no caso da clostridium difficile foi de 25,5% (251 mortes).