20 de junho de 2013 - 16h00
O 2º Curso de Ginecologia Oncológica reúne especialistas portugueses e espanhóis de todas as áreas terapêuticas ligadas ao tratamento do cancro ginecológico (ginecologistas, oncologistas, radioterapeutas, anatomo-patologistas, entre outros) para debater as melhores práticas clínicas no tratamento desta patologia. O curso realiza-se nos dias 21 e 22 de Junho, no Auditório do Instituto Português de Oncologia do Porto, a partir das 9 horas.
Em Portugal, no ano de 2012, ocorreram em Portugal cerca de 720 novos casos de cancro do colo do útero, 1.485 novos casos de cancro do endométrio e 616 novos casos de cancro do ovário. É de salientar, que a implementação de programas de rastreio nas diferentes regiões do país levou a uma diminuição da incidência do cancro do colo do útero. Contudo, no caso do cancro do ovário verificou-se um ligeiro aumento da incidência, de acordo com a tendência dos países desenvolvidos.
Um dos temas em debate é o carcinoma avançado do ovário, salientando-se a mesa “Quanto custa tratar?”. Trata-se de um painel multidisciplinar, com a presença do presidente do INFARMED, de deputados do Grupo Parlamentar da saúde, de um dos vogais do Conselho de Administração do IPO-Porto, de médicos da especialidade e de representantes dos doentes, tornando possível analisar as diferentes perspetivas do custo do tratamento da patologia, assim como da introdução das terapêuticas médicas inovadoras no Serviço Nacional de Saúde.
Deolinda Pereira, oncologista e coordenadora deste curso, considera que “investir neste tipo de terapêutica é uma mais-valia para as doentes, porque proporciona habitualmente ganhos significativos em saúde. O IPO do Porto tem vindo a apostar no desenvolvimento de ensaios clínicos com fármacos inovadores, o que permite que os doentes tenham um acesso precoce a estas terapêuticas, sem custos para a instituição, permitindo angariar verbas que posteriormente são aplicadas em investigação”.
A oncologista revela também que “neste curso será lançado um grupo de apoio para doentes com cancro ginecológico, ou seja, um grupo organizado de doentes e para doentes, junto do qual as mulheres afetadas por esta doença possam procurar ajuda e no qual encontrarão outras pessoas com quem poderão partilhar a sua experiência”.
Outro dos temas em destaque no 2º Curso de Ginecologia Oncológica é o cancro na gravidez, uma situação pouco vulgar mas que exige um acompanhamento próximo por parte de uma equipa multidisciplinar. Deolinda Pereira refere que “o cancro na gravidez não implica a sua interrupção. É preciso avaliar as particularidades de cada caso e equacionar o melhor tratamento em conjunto com a doente e a família”.
Este encontro é organizado pela Clínica de Ginecologia do Instituto Português de Oncologia do Porto em colaboração com o Centro Oncológico MD Anderson e tem como objetivo discutir as melhores práticas na abordagem desta patologia, proporcionando uma valiosa oportunidade de formação pós-graduada. 
SAPO Saúde