21 de janeiro de 2014 - 10h45
O Ministério da Saúde de Espanha informou, esta terça-feira, não ter conhecimento de qualquer investigação em curso em Portugal sobre um alegado esquema de importação ilegal de vacinas da gripe desde Espanha.
"A Agência espanhola do Medicamento e Produtos Sanitários (AMPS) não tem conhecimento de qualquer investigação sobre este assunto", disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde de Madrid, após ser contactado sobre o inquérito aberto pelo Infarmed.
Fonte do Ministério de Paulo Macedo informou segunda-feira a Lusa de que a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) abriu um inquérito a nível nacional para averiguar um eventual esquema de importação ilegal de vacinas da gripe desde Espanha.
A Autoridade do Medicamento (Infarmed) esclareceu entretanto que foi apenas numa farmácia, e em quantidade muito reduzida, que encontrou vacinas contra a gripe importadas ilegalmente, adiantando ter alargado a inspeção a todo o país.
Paula Almeida, membro do conselho diretivo do Infarmed, em declarações segunda-feira aos jornalistas, pouco mais adiantou sobre o esquema de "aquisição indevida" de vacinas oriundas de Espanha e que não terão autorização de introdução no mercado português, não terão sido inspecionadas lote a lote e poderão não ter respeitado condições específicas de transporte, como a obrigatória refrigeração.
"Temos que ver se são medicamentos que não cumprem a legislação em Espanha", acrescentou.
Em declarações posteriores à Lusa, o presidente do Infarmed alertou para o risco de as vacinas que entraram ilegalmente no país serem falsificadas e adiantou que chegaram a ser vendidas e administradas a utentes, tendo sido pedida a comparticipação do Estado.
Eurico Castro Alves disse estar em causa a "eventual entrada de medicamentos falsificados e de origem desconhecida" no mercado português, uma situação que classifica de "gravíssima porque põe em causa a segurança das pessoas".
"Há indicadores inegáveis da entrada ilegal [das vacinas] no país", agora é preciso descobrir se há mais, quais os circuitos que seguem, quem as fabrica, se são falsificadas, disse na segunda-feira, sublinhando ter sido, por isso, lançada de imediato uma "operação à escala nacional para garantir que tal não acontece".
Para o presidente do Infarmed, é "inaceitável" que, num país desenvolvido, existam medicamentos falsificados ou de origem desconhecida a circular no mercado.
SAPO Saúde com Lusa