A mulher, cuja nacionalidade não foi divulgada, apresentou sintomas de Zika durante o primeiro trimestre da gravidez, quando morava na América Latina, antes de viajar para Espanha, afirmou o Ministério da Saúde num relatório atualizado sobre os casos de Zika.

"Foram detetadas malformações cerebrais no feto por ultrassonografia no segundo trimestre e a mãe solicitou a interrupção voluntária da gestação", informou o ministério.

Posteriormente, "a presença do vírus foi detetada no cordão umbilical e no tecido cerebral do feto", acrescentou.

Em maio, as autoridades espanholas anunciaram o primeiro caso de microcefalia no país. A doença, uma malformação grave e irreversível que se caracteriza pelo perímetro cerebral abaixo da média em recém-nascidos, está associada a problemas de desenvolvimento e aprendizagem.

Leia também10 cuidados básicos ao viajar para países com Zika

Leia ainda: O drama dos bebés que são o rosto de uma epidemia

Até 30 de maio, 132 casos de Zika tinha sido confirmados em Espanha, 21 deles em mulheres grávidas, segundo o Ministério da Saúde. Todos os casos foram de pessoas que tinham viajado para zonas infetadas pelo vírus.

A Direção-Geral da Saúde em Portugal recomendou, a propósito do vírus Zika e dos Jogos Olímpicos, que decorrerão no Brasil, que as grávidas não devem viajar para este país e que, se os cônjuges o fizerem, devem depois usar preservativo.

O Zika, um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, propaga-se rapidamente pela América Latina desde 2015.

O Brasil é um dos países mais atingidos, com 1.489 casos confirmados de microcefalia desde outubro, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O Zika também foi associado à síndrome de Guillain-Barré, um transtorno neurológico que causa paralisia e pode levar à morte.