A Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e a Lilly Portugal estabeleceram um protocolo de colaboração para o lançamento do Projeto “Saúde que Conta”, uma iniciativa de investigação nacional no âmbito da Capacitação do Cidadão, com uma componente na literacia em saúde.

O problema de um baixo nível de literacia em saúde afeta vários aspetos dos cuidados de saúde, particularmente aqueles que dizem respeito à medicação. “Poucos doentes percebem na íntegra para que serve a medicação que tomam, como devem tomá-la, as interações que algumas combinações de medicamentos podem ter e efeitos adversos desses medicamentos”, explica Ana Escoval, da ENSP.

O projeto “Saúde que Conta”, é coordenado por Ana Escoval, conta com a participação científica de Constantino Sakellarides, e reúne um conjunto de especialistas de reconhecido mérito em áreas tão diversas como a medicina, educação, jornalismo, sociologia, psicologia, instituições governamentais e sociedade civil, com o objetivo de discutir e consensualizar sobre o tema e desenvolver projetos concretos que contribuam para a capacitação em saúde do cidadão português.

“A literacia em saúde e a capacitação do cidadão devem ter o envolvimento de todos: pais, professores, médicos, Autoridades de Saúde, Autarquias e da Indústria Farmacêutica”, explica Mariana Guerreiro, da Lilly Portugal, acrescentando que “não podemos esquecer a importância das várias disciplinas da Comunicação, como as Relações Públicas, o Marketing e a Publicidade, na criação de campanhas informativas e definição de estratégias para que as mensagens cheguem às pessoas”.

Através da metodologia Think Tank, ou seja, de um espaço de reflexão, partilha e debate de ideias, os peritos pretendem avaliar o grau de literacia em saúde dos vários intervenientes em saúde e desenvolver estratégias eficientes para uma melhoria da literacia nesta matéria, de forma a alterar determinadas perceções que possam ser menos corretas e promover um maior conhecimento dos temas de saúde junto dos portugueses, bem como constituir um conjunto de conclusões práticas, que podem servir de suporte à gestão estratégica e à decisão política na área da saúde.

As conclusões do Think Tank serão apresentadas ao público, numa sessão aberta à participação dos cidadãos, que contará também com a presença de peritos internacionais nestas temáticas, e os resultados divulgados numa plataforma digital. Adicionalmente, o projeto “Saúde que Conta” pretende desenvolver e fornecer um instrumento tecnológico que possibilite às pessoas, de uma forma simples, ter acesso a informação que lhes permita aumentar a sua literacia em saúde: um Sistema Personalizado de Informação de Saúde.

19 de janeiro de 2012

@GCI