17 de abril de 2014 - 03h44

O diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) disse hoje em Luanda que persiste a epidemia causada pelo vírus bola na África Ocidental, que até ao momento regista 200 casos suspeitos e 121 mortos.  

Luís Gomes Sambo discursava na abertura do primeiro encontro de Ministros da Saúde de África, que decorre na capital angolana até quinta-feira. 

O responsável lançou o alerta a todos os países africanos para a importância da vigilância epidemiológica, da informação ao público, das medidas de biossegurança e o reforço da qualidade dos laboratórios de saúde pública, para se evitar
a propagação da doença. 

"Embora a epidemia persista, há esperança que em breve consigamos contê-la e melhorar os efeitos nefastos sobre as vidas humanas e também sobre a atividade económica e social dos países", sublinhou Luís Gomes Sambo. 

Entre as vítimas mortais estão incluídos trabalhadores da saúde pública, recordou. O foco do surto epidémico começou na Guiné-Conacri, país que registou até ao momento 157 casos e 101 mortes. 

A Libéria, país vizinho da Guiné-Conacri, também está afetado pelo surto de ébola, tendo registado 20 casos mortais. 

As organizações de ajuda internacional lançaram na semana passada várias medidas de emergência na Guiné-Conacri e por toda a África ocidental, de forma a conter este que é considerado um dos mais graves surtos do letal vírus ébola. 

A OMS descreveu o primeiro surto da doença entre humanos na África ocidental como um dos mais desafiadores desde que o vírus surgiu, em 1976, na região onde é agora a República Democrática do Congo. 

O diretor regional para África da OMS felicitou os ministros da saúde da Guiné-Conacri e da Libéria pela sua "bravura" nas medidas de contenção da doença, encorajando todos os responsáveis africanos pela pasta da saúde a reforçarem os sistemas de alerta e a aplicarem os regulamentos sanitários  internacionais. 

O vírus, conhecido como Zaire bola, atingiu uma taxa de mortalidade de 90 por cento em anteriores surtos epidémicos, e não há vacina, cura ou sequer tratamento específico.  

SAPO Saúde com Lusa