A taxa de natalidade é quase metade da média nacional, a de mortalidade é 40 por cento superior, o índice de envelhecimento é o dobro, a dependência dos idosos tem um diferencial de 30 para 47 por cento e o ganho mensal médio é pouco mais de 760 euros, enquanto a média nacional ultrapassa os mil euros.

“É um quadro que indica claramente que população é que nós temos de servir, mas é um quadro que deve indicar não a nós no Serviço Nacional de Saúde, mas às forças políticas a necessidade forte que há de investimento no Interior”, afirmou António Marcôa, presidente do Conselho de Administração da ULS do Nordeste.

Esta unidade serve pouco mais de 136 mil habitantes dispersos por um extenso território com três hospitais e 14 centros de saúde.

É esta realidade que um gestor de saúde tem de atender, como frisou, com uma estratégia virada para as patologias e morbilidades associadas à idade, como a diabetes, colesterol e hipertensão.

Daí, a aposta em valências como Medicina Interna, Urologia, Ginecologia e inclusive nos cuidados paliativos, indicou ainda.

As características da região implicam custos mais elevados, e a principal dificuldade da ULS do Nordeste, segundo ainda o gestor, desde a criação em 2012, têm sido os recurso financeiros escassos.

O diagnóstico foi feito hoje na apresentação dos resultados de 2015, o melhor dos cinco anos desde a constituição da ULS.

As contas ditam que os resultados antes de impostos e amortizações apresentam saldo positivo superior a 700 mil euros, mas os resultados líquidos continuam a ser negativos em 2,2 milhões, ainda assim um número inferior aos onze milhões negativos de 2011.

Uma das principais causas apontadas para esta situação é a baixa capitação, ou seja o valor que a tutela atribui por cada utente, que começou por ser de 535 euros, abaixo dos 604 euros previstos aquando da criação da ULS do Nordeste.

“Se tivesse essa capitação tinha os resultados líquidos positivos”, garantiu.

Em 2015, depois de muita contestação regional, este valor subiu para 585, mas o presidente do Conselho de Administração pede mais e argumenta que este valor “ainda é baixo” comparando com outras ULS da mesma dimensão, nomeadamente do Alentejo.

A ULS do Nordeste tem uma dívida superior a 19 milhões de euros, embora tenha conseguido reduzir o prazo médio de pagamento a fornecedores de 372 dias, em 2014, para233, em 2015.

Apesar dos constrangimentos, a administração garante que conseguiu uma situação financeira “confortável” e que os serviços prestados têm evoluído positivamente com a diminuição das listas de espera e o aumento de atos e consultas numa região em que 98 por cento dos utentes têm médico de família.

Entre os 1.819 colaboradores, contam-se 298 médicos e 593 enfermeiros, mas precisa de mais profissionais, “pelo menos mais 20 enfermeiros” e a “contratação urgente” de mais sete médicos para os cuidados primários ( centros de saúde), Medicina Interna, Fisiatria e Radiologia.

Para o ano de 2016 está previsto um investimento de cerca de dois milhões de euros, financiados pelo programa 2020, para obras no bloco operatório de Bragança, na esterilização e no laboratório.

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