O movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (ESMO) decidiu retomar o protesto que passa por deixar de realizar as funções de especialista, pelas quais estes profissionais ainda não são pagos.

O protesto tinha ocorrido já durante quase todo o mês de julho, tendo sido interrompido para negociações com o Governo.

Hoje, os profissionais especialistas retomam o protesto por “falta de resposta política do Governo”, segundo o porta-voz do movimento, Bruno Reis.

Os enfermeiros especialistas exigem a criação de uma categoria específica na carreira, bem como a respetiva remuneração pelas funções especializadas que desempenham.

Consultas de vigilância da gravidez, blocos de partos, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez ou cursos de preparação para a parentalidade são algumas das funções específicas destes profissionais que serão suspensas no protesto.

O ministro da Saúde chegou a pedir um parecer sobre o protesto realizado em julho, tendo o conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) concluído que os enfermeiros especialistas podem ser responsabilizados disciplinar e civilmente, bem como incorrer em faltas injustificadas.

Ordem dos Enfermeiros apoia paralisação

Em comunicado, a OE considera que o ministro da Saúde “perdeu a oportunidade de honrar a sua palavra”, dando o seu aval ao protesto dos enfermeiros especialistas que a partir de quinta-feira suspendem algumas funções e podem provocar constrangimentos em blocos de parto.

A Ordem afirma mesmo que o protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia “deve estender-se também às restantes especialidades”.

“Vamos defender os especialistas até às últimas consequências”, afirma a bastonária dos Enfermeiros na nota divulgada à comunicação social.