Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE), José Azevedo, afirmou que “todos os outros enfermeiros especialistas estão com vontade de avançar para protestos idênticos” aos colegas de saúde materna e obstetrícia, que hoje recomeçaram um protesto que passa por deixar de realizar as funções de especialista, pelas quais estes profissionais ainda não são pagos.

Além da saúde materna e obstetrícia, as especialidades de enfermagem atualmente reconhecidas são a enfermagem comunitária, a médico-cirúrgica, a de reabilitação, a de saúde infantil e pediátrica, e a de saúde mental e psiquiátrica.

Os enfermeiros especialistas exigem a criação de uma categoria específica na carreira, bem como a respetiva remuneração pelas funções especializadas que desempenham.

No caso do protesto dos especialistas em saúde materna, podem ficar suspensas ou afetadas consultas de vigilância da gravidez, blocos de partos, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez ou cursos de preparação para a parentalidade.

Os enfermeiros de obstetrícia já tinham realizado em julho o mesmo protesto, interrompendo-o para negociações com o Governo. Na quarta-feira, decidiram regressar hoje à luta pelo que dizem ser a falta de resposta política às suas exigências.

O ministro da Saúde chegou a pedir um parecer sobre o protesto realizado em julho, tendo o conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) concluído que os enfermeiros especialistas podem ser responsabilizados disciplinar e civilmente, bem como incorrer em faltas injustificadas.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros diz que, até ao momento, desconhece casos de processos disciplinares por este protesto.