Em declarações à Lusa, Raquel Gallego, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, afirmou que a greve está a registar uma adesão de cerca de “70%”, o que em seu entender demonstra “o descontentamento e, por outro lado, a união” destes profissionais.

Segundo afirmou, “em toda a região existem 53 enfermeiros” no DICAD o que é “insuficiente”.

“A falta crónica de enfermeiros e a situação de precariedade de 14 profissionais que ali exercem funções há mais de 10 anos são motivos suficientes para esta tomada de posição”, considera o SEP, referindo que a ARS Norte é a “recordista” de concursos “sem fim à vista”.

“O concurso aberto em 2013 continua sem estar concluído, depois do de 2010 ter levado mais de quatro anos para ser concluído”, acrescenta o sindicato.

Contactada pela Lusa, fonte da ARS/Norte admite “alguma escassez” de enfermeiros naquele departamento, manifestando o seu “empenhamento” na admissão do “número possível” de profissionais no âmbito de um concurso que está a decorrer.

“O Conselho Diretivo da ARS/Norte está empenhado em colocar o máximo possível de enfermeiros naquele serviço, mas sem desvirtuar o concurso que está a decorrer e que é abrangente”, sublinhou a mesma fonte, preferindo não se manifestar sobre a percentagem de adesão à greve referida pelo SEP.

A paralisação visa também protestar contra a "mobilidade forçada” que obriga os enfermeiros a deslocarem-se de umas unidades para outras.

A Divisão para a Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (DICAD) da ARS Norte abrange a população com comportamentos aditivos e dependências, através de Equipas Técnicas (antigamente designadas como CAT), Unidades de Desabituação e Comunidade Terapêutica.

Tem por missão promover a redução do consumo de substâncias psicoativas, a prevenção dos comportamentos aditivos e a diminuição das dependências.

“O consumo e dependência de substâncias é um problema de saúde pública, com riscos pessoais e sociais. A relação de ajuda no processo de mudança, o aconselhamento em saúde e o envolvimento da família e comunidade são intervenções dos enfermeiros, no âmbito das equipas de saúde”, esclarece o sindicato.