No primeiro dia de greve, há uma semana, a adesão rondou os 70%, um número que o Sindicato admitiu ser pouco rigoroso devido a um despacho ministerial que decretou serviços máximos nos hospitais onde são seguidos os casos de infeção por legionella.

O surto de ‘legionella’, aliás, acabou por marcar esta greve decretada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que chegou a reunir para avaliar se mantinha ou não a paralisação, face ao pedido do Ministério da Saúde para que os sindicalistas reconsiderassem, tendo em conta o cenário "extraordinário" provocado pelo surto de Vila Franca de Xira.

Os sindicalistas, porém, consideraram que não era uma questão suficiente para desconvocar o protesto.

Na quinta-feira à tarde, a direção do SEP teve uma reunião no Ministério da Saúde mas, no final, a dirgente do SEP Guadalupe Simões disse à Lusa que nenhuma das exigências foi atendida. E como, segundo a responsável, o Ministério não apresentou soluções, a dirigente do SEP apelou a que os enfermeiros demonstrem hoje a sua insatisfação, aderindo à greve.

Quando anunciou a marcação da greve, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses acusou o Ministério da Saúde de não cumprir os compromissos assumidos em processo negocial no que se refere à possibilidade do descongelamento do tempo de serviço para a progressão na carreira.

“A proposta de Orçamento do Estado para 2015, contrariamente ao que estava inscrito no Documento de Estratégia Orçamental e que o Governo propagandeou, em junho, não prevê normas que são exigências dos enfermeiros e do SEP, nomeadamente, a progressão na carreira, o fim dos cortes salariais nas horas penosas e nas horas extraordinárias, reposição das 35 horas”, referem os sindicalistas.

Os enfermeiros portugueses cumpriram dois dias de greve nacional há menos de dois meses, nos dias 24 e 25 de setembro, contra a “grave carência” de profissionais nas unidades públicas de saúde e pela dignificação da profissão e da carreira de enfermagem.