Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, o SEP explicou que aquela decisão "vai obrigar os enfermeiros que lá trabalham a fazer milhares de horas para além do horário de trabalho, sem qualquer pagamento", adiantando que irá denunciar o caso ao ministério da Saúde, e ao presidente da Câmara de Viana do Castelo.

"Apesar das possibilidades que a lei já oferece, de permitir contratações mais rápidas, e de existir a disponibilidade manifesta do Ministério da Saúde para autorizar as contratações, o conselho de administração da ULSAM prefere recorrer à subcontratação de enfermeiros", lê-se naquela nota.

A Lusa tentou contactar a administração daquela unidade, sedeada em Viana do Castelo, mas tal não foi possível até ao momento.

A ULSAM inclui o Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, o Hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima e, 13 centros de saúde espalhados pelo Alto Minho.

Segundo o SEP, o despacho 342-C/2015, prevê que "nos casos devidamente fundamentados, em que o não recrutamento possa comprometer, de forma imediata, a prestação de cuidados de saúde, é permitida, a título excecional, a celebração de contratos de trabalho a termo resolutivo para acorrer a situações de ausência temporária de trabalhadores, bem como a celebração de contratos de trabalho de profissionais médicos e enfermeiros".

"A ULSAM prefere recorrer a empresas de subcontratação que utilizar a lei, desperdiçando dinheiro do erário público. Prefere explorar os enfermeiros obrigando-os a fazer milhares de horas e atirando-os para uma situação extrema de exaustão, que admitir os necessários para colmatar as necessidades", frisou.

O sindicato classificou ainda de "vergonhoso" que a ULSAM decida "subcontratar enfermeiros com um salário é de 838 euros (ilíquido) para 160 horas de trabalho, o que significa cerca de 750 euros por mês (líquido) ".

"Tendo em conta que o salário de início da carreira é de 1.200 euros, significa que o roubo direto a estes enfermeiros é de 362 euros", sustentou aquela estrutura sindical.