Este foi um dos temas em destaque durante a cerimónia de Tomada de Posse da nova direção da Associação, realizada recentemente, em Lisboa.

O setor dos dispositivos médicos nacional equivale a 1200 milhões de euros. Tratam-se de bens necessários e essenciais à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos portadores ou não de doença.

Maria Antonieta Lucas frisa a apreensão da APORMED com "o abandono de Portugal por parte de algumas empresas de referência deste setor e o emagrecimento brutal das estruturas que nos últimos anos levaram ao despedimento de centenas de colaboradores", diz em comunicado.

A presidente de direção da APORMED acrescenta que "grande parte das multinacionais encontram-se atualmente iberizadas ou clusterizadas, com consequente passagem da gestão de topo e do middle management para o país vizinho ou para outros países, levando a que muitas empresas que ainda operam em Portugal deixem de ter escritórios próprios ou armazéns locais, passando a existir somente uma rede comercial".

A realidade acima descrita pode implicar uma diminuição da qualidade e quantidade dos serviços e suporte técnico prestados por parte das empresas de dispositivos médicos aos órgãos de saúde como hospitais, profissionais de saúde e autoridades competentes, com prejuízo para a saúde pública e para os doentes.

"Por todos estes motivos, a APORMED defende convictamente que o setor da saúde em Portugal deve ser suficientemente atrativo para reter as empresas, devendo passar a ser visto por parte dos decisores políticos também como fonte de receita e riqueza e não somente de despesa, como desenvolvimento da economia, da empregabilidade e da capacidade exportadora, que no caso dos dispositivos médicos atinge já 268 milhões de euros", remata Antonieta Lucas.

A APORMED representa 44% do mercado do setor das tecnologias para a saúde, sendo 96% dessa parcela constituído por pequenas e médias empresas. As compras do Sistema Nacional de Saúde são maioritariamente (74%) realizadas a empresas associadas da APORMED, a maior instituição nacional que defende os interesses comuns das empresas que integram o setor de produção e distribuição dos dispositivos médicos.

Foi a primeira vez que a Associação realizou uma cerimónia para marcar a tomada de posse de um novo mandato, que este ano foi reforçada com a entrada de mais dois membros, passando de cinco a sete representantes do setor das tecnologias médicas, por forma a responderem melhor aos desafios internos e externos do mercado. Maria Antonieta Lucas, em representação da Alcon, mantém-se na presidência, sendo apoiada por Luís Melo da Silva Graça, da Johnson & Johnson, na vice-presidência.

Ricardo Warner George Villar, da Pulmocor, assume o cargo de tesoureiro e os restantes membros ocupam a posição de vogais: Luís Lopes Pereira, da Medtronic, Filipe Paias da Baxter, Luís Filipe Ramos da B. Braun e António José Cabral, da Medicinália-Cormédica.