10 de fevereiro de 2014 - 14h33

Um simulador de treinos de obstetrícia, desenvolvido por uma equipa do Instituto de Engenharia Biomédica do Porto (INEB), foi apresentado no congresso mundial de simulação médica que decorreu em S. Francisco, EUA, e já está em comercialização.

O projeto resultou de uma parceria com a empresa canadiana CAE Healthcare, produtora dos simuladores de voo da Boeing e da Airbus.

Fonte do INEB disse hoje à Lusa que, com a apresentação pública, o simulador passou a estar comercialmente disponível, representando, por isso, mais “um exemplo da capacidade de transferência de conhecimento entre a academia portuguesa e a indústria do setor”.

A parceria entre o INEB e a CAE Healthcare já tem alguns anos, com retorno financeiro para a investigação nacional.

O coordenador da equipa do INEB, Diogo Ayres de Campos, esclareceu que “a empresa tem financiado a investigação necessária ao desenvolvimento do software do simulador” e que agora, com a comercialização do equipamento, o contrato estabelecido “prevê um pagamento pelos direitos de propriedade intelectual”.

Diogo Ayres de Campos explicou ainda que a responsabilidade da equipa portuguesa esteve “no desenvolvimento do software do simulador, no desenho dos cenários médicos de treino e em toda validação clínica do equipamento”, enquanto a empresa canadiana teve a seu cargo a produção do manequim e, a partir de agora, a comercialização do simulador.

“O equipamento é constituído por manequins interativos, incluindo
parturiente e feto com simulação da passagem através do canal de parto,
da respiração e voz maternas, bem como dos sinais vitais da mãe e do
feto. Os equipamentos médicos de monitorização são integrados no
simulador para aumentar o realismo do treino”, referiu.

Segundo o
investigador e professor da Faculdade de Medicina do Porto, o simulador
destina-se “à formação avançada de equipas hospitalares na resposta a
complicações agudas da gravidez e do parto. A raridade de algumas destas
complicações dificulta a acumulação de experiência na sua resolução,
sendo necessário recorrer ao treino regular com simuladores para manter
uma capacidade de resposta otimizada”.

SAPO Saúde com Lusa