Segundo o balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado na sexta-feira, 739 pessoas já morreram na Guiné-Conacri, onde existem 1.199 casos (confirmados, prováveis e suspeitos).

A Libéria é o caso mais preocupante, com 2.069 mortes e 3.834 casos da doença, já a Serra Leoa registou, até ao momento, 623 mortes e 2.437 casos.

De acordo com a OMS, na Nigéria foram registados 20 casos de ébola e oito mortes, no Senegal há um caso da doença.

Nos Estados Unidos, um homem que regressou da Libéria encontra-se atualmente hospitalizado, em estado grave, no Hospital Presbiteriano de Dallas, no Texas. A infeção foi confirmada por testes realizados pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC).

Os casos de Ébola que foram recentemente divulgados na República Democrática do Congo não têm aparentemente relação com os da África Ocidental.

Alguns médicos, missionários e religiosos contaminados pelo vírus em África retornaram aos seus países de origem (sobretudo europeus e norte-americanos) para tratamento, mas nem todos conseguiram sobreviver.

Em Espanha, uma auxiliar de enfermagem foi infetada pelo vírus Ébola – no primeiro caso de contágio fora de África - e há mais dois casos suspeitos.

Estão ainda a ser acompanhadas 52 outras pessoas por possível contágio em Espanha. A maior parte das pessoas, 30, são do setor sanitário.

A Comissão Europeia também pediu explicações a Madrid sobre o que falhou no primeiro caso de contaminação fora de África pelo vírus Ébola, que afetou a auxiliar de enfermagem espanhola.

A Europa chegou tarde ao combate ao Ébola e a comunidade internacional foi negligente, acusaram 44 especialistas mundiais em Saúde Pública.

O presidente Barack Obama classificou segunda-feira como insuficiente a resposta da comunidade internacional face ao avanço da epidemia na África ocidental.

Obama declarou que vai "pressionar chefes de Estado e de Governo para que façam tudo o que puderem para se juntarem aos Estados Unidos”.

No total, o Pentágono poderá enviar cerca de 4.000 soldados para a África ocidental, para participarem no combate à epidemia, mais 1.000 do que o previsto no plano anunciado inicialmente pelo presidente norte-americano.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon já apelou por várias vezes à comunidade internacional para ajudar na crise do Ébola que atinge a África Ocidental.

Cerca de 10 mil doses de vacinas experimentais contra o vírus, desenvolvidas pelas empresas GSK (britânica) e a NewLink Genetics (norte-americana), deverão estar disponíveis no início de 2015, divulgou a OMS.

Este é o pior surto registado da doença, que foi detetada no início do ano, com o maior número de infetados e mortes.

O Ébola é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90 por cento.

A infeção resulta do contacto direto com líquidos orgânicos de doentes - como sangue, urina, fezes ou sémen. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.

A febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas que sobrevêm são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragias, interna e externa.