25 de agosto de 2014 - 12h10
A primeira portuguesa que pagou para ter acesso a um suicídio assistido, na Suíça, foi uma mulher de 67 anos com cancro.
Entre 2008 e 2012, 611 pessoas, de 31 países, entre os quais três portugueses, aterraram em Zurique com o objetivo de pôr um fim à vida. De 2009 para 2012 o número duplicou e a maioria são mulheres.
Os dados foram recolhidos por quatro investigadores, entre os quais dois do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Zurique, e compilados no artigo "Turismo do suicídio: estudo piloto sobre o fenómeno suíço",  publicado no Journal of Medical Ethics.
O estudo analisa o perfil dos doentes que recorreram às quatro organizações que na Suíça disponibilizam morte assistida a estrangeiros. As doenças neurológicas, como a de Parkinson, estão presentes em 47,4% dos casos (290); o cancro foi a segunda patologia registada (37,2%). Seguem-se as doenças reumáticas e cardiovasculares. Há ainda 21 casos de doenças mentais e oito de VIH/Sida, escreve o jornal Público.
Cerca de um terço dos doentes tem mais do que uma patologia.
Os alemães (268) são quem mais procura o serviço, seguidos dos britânicos (126), franceses (66), italianos (44) e norte-americanos. (21). A mediana de idades ronda os 69 anos, mas o doente mais novo tinha 23. 
Quase seis em cada dez (58,3%) são mulheres.
O método mais comum praticado nestas clínicas passa pela ingestão de uma dose de pentobarbital de sódio que mata em minutos. Porém, o processo de análise e preparação pode levar meses.
Em Portugal, como na generalidade dos países, nem a eutanásia (situação em que alguém administra a um doente, a seu pedido, uma dose letal de fármacos) nem o suicídio assistido (o doente, sob vigilância de um técnico, ingere a droga) são legais.
Por SAPO Saúde