A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) manifesta-se contra o que diz ser a extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), lembrando que existem mais de 38 mil utentes em tratamento, com um aumento de primeiras consultas.

Num comunicado publicado no seu site na Internet, a FNAM lamenta que o Governo queira “extinguir um instituto que desenvolveu um importante trabalho reconhecido e elogiado a nível internacional”.

“Coloca interrogações muito sérias sobre os verdadeiros objetivos da política governamental para esta área de intervenção”, refere a nota.

No âmbito da reestruturação da administração central aprovado pelo Executivo, o IDT vai ser transformado numa direção-geral – Serviço de Intervenção dos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD).

O Ministério da Saúde anunciou este mês à agência Lusa que o tratamento e prestação de cuidados a toxicodependentes e alcoólicos vai sair da alçada do IDT para ser integrado nas administrações regionais de saúde (ARS).

Para a federação de médicos, o IDT tem mostrado um trabalho coordenado, desenvolvido em equipa e colocando sempre como prioridade os interesses do utente.

A FNAM frisa que existem 38.875 utentes em tratamento na rede pública, 7.643 são primeiras consultas. Aliás, o número de primeiras consultas registou no último ano um aumento em relação ao ano anterior.

Os médicos lembram ainda que o IDT aplicou um serviço de atendimento, avaliação e triagem de crianças inseridas em famílias com problemas de toxicodependência, álcool e de jovens em risco ou de jovens consumidores de substâncias lícitas ou ilícitas.

A Federação quer ajudar a desencadear um “processo de reflexão célere” para que a estrutura do IDT não seja alterada e para que se analisem as soluções mais adequadas às necessidades da prestação de cuidados na área das dependências.

31 de outubro de 2011

@Lusa