ENTREVISTA:

Este conceito de clínica é uma boa aposta em Portugal? Porquê?

Sim, é uma boa aposta. Consiste na conceptualização do exercício como uma arma terapêutica., orientado por uma equipa multi-disciplinar – que engloba profissionais da saúde e do exercício. Na CMEP, o exercício é prescrito consoante as necessidades individuais do atleta. Esta interpretação será sempre uma boa aposta em qualquer ponto do globo.

De que forma este programa, tão intensivo para os atletas de alto rendimento, se adapta a pessoas regulares, com outras profissões?

O programa é desenhado com base numa avaliação prévia, que tem em conta factores como: o histórico do atleta, objectivos, risco, lesões prévias, limitações funcionais, perfil psicológico, envolvimento social, entre outros. O objectivo é desenhar um plano à medida do executante de maneira a que este possa usufruir de todo o conhecimento de alta competição, aplicando-o no seu progresso. Este modelo é aplicável a todos interessados em melhorar a performance, quer isso represente correr ou saltar mais alto na perspectiva competitiva ou, simplesmente, melhorar a sua capacidade para caminhar ou subir degraus.

Como se coadunam o holístico e o exercício físico?

Este conceito global reúne conhecimentos físicos e fisiológicos, gerindo a performance física numa perspectiva holística, isto é, não está só em causa a parte física ou traumatológica, em caso de recuperação, mas também uma visão fisiológica que a investigação e o acompanhamento médico feitos em atletas de alta competição traz ao comum do cidadão, numa simbiose de desporto e saúde totalmente inovadora nosso país.

Qual a necessidade deste tipo de programas de exercício nos dias que correm?

O plano não consiste exclusivamente num programa de exercício mas sim num vasto screening para avaliação da condição física e despiste de eventual patologia, sendo posteriormente prescrito um plano à medida, que tem em consideração a carga a executar, cuidados alimentares e suplementação. Este tipo de programa é de necessidade crescente principalmente porque se enquadra num desenho de prevenção e melhoria da condição física e mental como um todo.

 Qual a taxa de sucesso/melhoria deste programa?

O programa per se é de aplicação recente em Portugal. Contudo, este conceito é praticado em vários países nomeadamente nos Estados Unidos América, Itália, África do Sul e no Brasil, entre outros, com taxas de sucesso elevadas. A Medicina da Performance encontra-se enquadrada na maior área de investimento actual na saúde dos EUA, que é a medicina anti-envelhecimento.

Qual o tipo de clientes que procuram este conceito?

Predominantemente, atletas de topo e indivíduos com carreiras profissonais de alto desgaste, sujeitos a elevados níveis de stress orgânico e mecânico, com necessidades de performances (rendimento) elevadas.

Que tipo de equipamento utilizam na vossa clínica?

A clínica reúne num mesmo espaço vários equipamentos médicos de vanguarda, como seja o equipamento de avaliação isocinética multi-articular HUMAC NORM, bem como o cicloergómetro Excalibur Sport e o tapete Valliant, ambos da Lode (“Gold Standard”de ergometria a nível mundial) - que incluem um ECG e prova de esforço com tecnologia Bluetooth e um sistema de prova de exercício cardiopulmonar.

Assim como o equipamento mais completo de ondas de choque radiais e focais existente a nível mundial: o Duolith SD1 da Storz Medical, destinado ao tratamento de diversas patologias músculo-esqueléticas. Dispomos ainda do equipamento InBody para análise da composição corporal, equipamento que conjuga um sistema multi-frequência, com oito eléctrodos tácteis, a uma medição segmentar directa sem utilização de estimativa empírica.

Abril 2011

SAPO