O estudo, publicado na revista da American College of Cardiology, baseou-se em mais de 6.682 doentes cujas taxas de sobrevivência após um ataque cardíaco estiveram relacionadas com a quantidade de betabloqueadores que tomaram.

Os betabloqueadores ajudam a prevenir a falha cardíaca ao deter o efeito da adrenalina no coração e evitar a arritmia. São prescritos a quase todas as pessoas que sofreram um ataque cardíaco.

Mas o estudo descobriu que os pacientes que tomam um quarto da dose usualmente prescrita têm 20 a 25% mais possibilidades de sobreviver, em comparação àqueles que tomaram a dose regular.

Esta descoberta foi uma surpresa para o principal autor do estudo, Jeffrey Goldberger, professor de cardiologia da escola de medicina da Northwestern University.

Surpresa

"Acreditávamos que os pacientes tratados com doses mais pequenas iam ter uma taxa de sobrevivência pior", disse Goldberger. "Ficámos surpreendidos ao descobrir que sobreviveram bem e melhor", cita a agência France Presse.

A investigação mostrou que 14,7% dos que receberam a dose completa morreu nos dois anos seguintes.

Em contrapartida, 12,9% dos que tomaram meia dose morreram no mesmo espaço de tempo, assim como 9,5% dos que tomaram um quarto da dose.

Os estudos clínicos anteriores não avaliaram a quantidade da dose apropriada de betabloqueadores para cada paciente, embora, segundo Goldberger, sejam necessárias a partir de agora novas investigações nesse sentido.

"Provavelmente não há uma dose correta que sirva para todos os pacientes", explicou Goldberger.

"Não faz sentido que a mesma dose funcione para um homem frágil de 80 anos que teve um pequeno ataque cardíaco e para um homem corpulento de 40 anos que sofreu um ataque forte".