Quase um terço da população portuguesa é afetada pela dor crónica, um problema que poderia ser diminuído com formação dos profissionais de saúde e com uma rede de referenciação, defende a Associação para o Estudo da Dor (APED).

No Dia Nacional de Luta Contra a Dor, assinalado a 14 de outubro, a associação lembra, em comunicado, que as estimativas apontam para cinco mil milhões de pessoas em todo o mundo a viver em países com insuficiente acesso ao tratamento da dor.

Em Portugal, onde o custo anual da dor crónica é de mais de três mil milhões, são apontados vários problemas: “Inexistência formal de uma rede de referenciação”, “deficiências de formação na área” e “resignação das pessoas em relação ao fenómeno”.

“Uma questão que limita ou dificulta o adequado tratamento da dor são os mitos associados à prescrição de opióides pelos profissionais de saúde, ou pelos pacientes, o que coloca Portugal num dos países da Europa com maior resistência à utilização destes fármacos”, comenta o presidente da APED, Duarte Correia.

O responsável estima que a extinção do receituário especial para os opióides, que atualmente existe possa vir a ajudar a combater o estigma da prescrição destes medicamentos.

A dor crónica, que afeta 30% da população portuguesa, pode ser definida como um estado de dor persistente. A osteoartrose, lombalgia crónica e artrite reumatóide são as causas mais frequentes de dor crónica.

Lusa

14 de outubro de 2011