Segundo o secretário-geral da Andar, António Vilar, um dos fármacos de base para a artrite reumatóide é comparticipado a 20%, quando na maioria dos países europeus a comparticipação anda entre os 90 e os 100%.

Aliás, este mesmo medicamento recebe em Portugal uma comparticipação de 95%, quando usado noutras doenças, como a doença inflamatória do intestino, uma situação que os reumatologistas consideram injusta e discriminatória.

Outro dos medicamentos base para a artrite reumatóide tem o escalão B de comparticipação, o que significa que o Estado paga 69%.

Para a Andar, estes fármacos deviam ser comparticipados com o escalão máximo de 95%, até porque a sua reduzida comparticipação pode desviar doentes da adesão à terapia e fazer com que precisem depois de recorrer aos medicamentos biotecnológicos, integralmente comparticipados, mas muito mais dispendiosos para o Estado.

De acordo com os reumatologistas, só cerca de 25% dos doentes com artrite reumatóide necessitam de ser tratados pelos medicamentos mais caros, os biotecnológicos.

“Ter uma comparticipação adequada nos fármacos de base faria com que muitos doentes nem chegassem a ter de fazer os biotecnológicos”, sublinhou o reumatologista José Canas da Silva.

A questão da terapêutica e da comparticipação deverá ser abordada nas XVI Jornadas da Andar, que decorrem terça-feira em Lisboa.

Apesar de ser necessário melhorar o acesso à medicação de base, aumentando a comparticipação, nos últimos 25 anos subiu de forma significativa o número de doentes em remissão, passando de oito para 30%, o que significa que atualmente quase um terço dos doentes se encontra em remissão.