22 de outubro de 2013 - 13h23

As doenças relacionadas com o modo de vida e envelhecimento da população constituem um novo desafio para os países da Ásia-Pacífico, que conseguiram debelar as doenças mais tradicionais, afirmou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).   

Estas afeções, geralmente resultantes de alterações do regime alimentar e de uma diminuição da atividade física, estão em forte progressão nos países asiáticos, disse à imprensa o diretor da OMS para o Pacífico ocidental, Shin Young-soo, num encontro realizado em Manila.  

Estudos recentes mostram que mais de 12 por cento dos adultos chineses têm diabetes, e que mais de 50% de entre eles estão em situação prediabética (hiperglicémia), apresentando o risco de desenvolver a doença, indicou.  

A taxa da diabetes na população chinesa tem aumentado fortemente desde a década de 1990, em que era de entre 3 e 4%.  

Na Coreia do Sul, Japão e Vietname, estas taxas rondam os 10%, afirmou Shin Young-soo.  

"Isto deve-se a grandes mudanças na nossa alimentação, ao longo dos últimos 30 a 40 anos.  muito interessante verificar que as populações asiáticas (...) têm maior tendência a tornar-se diabéticas que as populações ocidentais", disse Shin.  

"Devíamos fazer evoluir os nossos comportamentos. Toda a sociedade deve encarar este problema", sublinhou.  

Outras doenças não transmissíveis, como a hipertensão ou taxas elevadas de colesterol, estão a registar também um aumento, apesar de serem facilmente evitadas com medidas de prevenção, lamentou o responsável.  

Em alguns países, como várias ilhas da Ásia-Pacífico, a diabetes atingiu cerca de 40% dos adultos, e entre 75 a 80% deles são obesos.  

"Dentro de alguns anos, este problema vai significar importantes despesas de saúde e privar a sociedade de força de trabalho", advertiu.  

Shin Young-soo afirmou também que o envelhecimento das populações, em alguns países da Ásia-Pacífico, como a Austrália, o Japão ou a China, ia obrigar os Estados a aumentar as despesas com os cuidados para idosos. 

Outras doenças presentes na região, como a cegueira ou as doenças fármaco-resistentes, estarão também em foco na reunião da OMS, na capital das Filipinas, esta semana.

SAPO saúde com Lusa