O lúpus é uma doença crónica que tem manifestações diversas e pode afetar vários órgãos e sistemas, podendo ter impacto significativo na qualidade de vida do doente.

Nos últimos dois anos surgiram novos tratamentos, a que os doentes portugueses têm acesso sem problemas, que permitem tratar melhor, dar mais qualidade de vida, são importantes para combater a fadiga própria da doença e permitem evitar a cortisona, segundo explica a médica Francisca Moraes-Fontes, responsável pela unidade de doenças autoimunes do Hospital Curry Cabral.

A doença surge geralmente no início da idade adulta e afeta sobretudo mulheres – por cada nove mulheres com lúpus, apenas um homem tem, apesar de a comunidade científica ainda não ter respostas para esta prevalência no sexo feminino.

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Manifestações heterogéneas

O lúpus é muito heterogéneo, há um mosaico de manifestações muito diversas e nem sempre tem manifestações cutâneas que geralmente a população associa à doença. Outra das particularidades, segundo Francisca Fontes, reside no facto de os médicos não conseguirem prever como vai ser o percurso do doente no momento em que é feito o diagnóstico.

A doença pode começar por manifestar-se como uma dor articular mas evoluir noutra altura para uma forma em que afeta a função renal ou mesmo o cérebro, por exemplo. “É uma doença para a qual temos de estar atentos, se não o diagnóstico não é feito”, avisa Francisca Fontes, que reconhece que os médicos vão estando mais despertos para o lúpus.

Para os médicos é central que o doente tenha cada vez mais conhecimento sobre a doença, porque a sua capacitação influencia a forma como lidará com a patologia. De hoje até sábado, especialistas nacionais e internacionais estão reunidos em Lisboa essencialmente para atualizarem os seus conhecimentos sobre a doença e debaterem as novas formas de abordagem.

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