De acordo com um comunicado desta unidade de saúde, o procedimento, que é “minimamente invasivo”, consiste na “implantação do dispositivo “Reducer” no seio coronário (uma veia cardíaca), de doentes que, apesar de medicados e esgotadas todas as terapêuticas convencionais, permaneciam ainda com angina de peito”.

O dispositivo é “uma rede metálica em forma de ampulheta, expansível por balão” e “foi desenvolvido para aliviar os doentes que não têm outras opções para atenuar ou eliminar a isquemia de causa cardíaca” (angina de peito).

Um dos inventores do dispositivo, Shmuel Banai, de Telavive, colaborou no procedimento que foi realizado no Laboratório de Hemodinâmica do CHLC (polo de Santa Marta).

Os candidatos à técnica são doentes que já foram intervencionados, quer com cirurgia de “bypass” coronário ou através de angioplastia coronária com implantação de 'stents'. Apesar de se encontrarem medicados com diversos fármacos mantêm as queixas de dor no peito.

O hospital explica que isso acontece porque os “bypasses” sofreram oclusão com o decorrer do tempo, ou os 'stents' se obstruíram ou porque a natureza difusa das placas de aterosclerose ou o pequeno calibre dos vasos não permitem qualquer um destes dois procedimentos.

O “Reducer” é implantado através de uma veia do pescoço, apenas com anestesia local, e conduzido até à aurícula direita e seio coronário, onde é expandido com um balão.

Aí chegado, o dispositivo provoca um estreitamento focal que, aumentando a pressão no seio coronário, provoca uma redistribuição do sangue das áreas bem irrigadas do músculo cardíaco, para as mal irrigadas, zonas que estão em isquemia e que produzem a dor cardíaca típica, a angina de peito, prossegue o hospital.

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O mesmo comunicado refere que “as implantações decorreram sem complicações e os doentes tiveram alta nas 48 horas subsequentes”.

Segundo os cardiologistas de intervenção do CHLC (polo de Santa Marta) estimam que existe um conjunto de doentes distribuídos por todo o território nacional, maioritariamente seguidos em consultas de cardiologia ou de medicina interna, que se mantêm sintomáticos apesar de esgotadas todas as opções terapêuticas, (cirurgia, cateterismo com implantação de 'stents', medicamentos) e que têm agora uma nova arma na melhoria dos seus sintomas e qualidade de vida.