11 de fevereiro de 2014 - 13h20

O diretor clínico do Hospital da Luz, em Lisboa, considera que as seguradoras deviam ser “mais compreensivas” em relação aos plafons para os tratamentos de doenças como o cancro.

À margem da apresentação do congresso médico internacional Leaping Forward, que decorre entre quinta-feira e o dia 19, em Lisboa, José Roquette reconheceu que há tratamentos contra o cancro que ultrapassam os plafons das seguradoras, defendendo maior compreensão da parte destas empresas.

José Roquette sublinhou o crescimento da procura desta unidade de saúde privada – que registou em janeiro o seu melhor mês de sempre – com a “publicidade” que os doentes fazem.

“A melhor publicidade a um hospital é a que é feita pelos doentes que transmitem à sua família e amigos a forma como foram tratados”, disse.

Em relação a esta estrutura do grupo Espírito Santo Saúde (ESS), que entrou recentemente na Bolsa, José Roquette destacou a aposta na inovação, como na área da robótica, que considera “o futuro”.

Por este motivo, existe no Hospital da Luz um sistema cirúrgico robótico (Da Vinci) que recorre à tecnologia utilizada pela NASA para operar e que é uma das duas existentes em Portugal, ambas em unidades privadas.

O robô custou 1,5 milhões de euros, mas para José Roquette foi um investimento que trouxe vantagens, dada a precisão com que é usado na atividade cirurgia em áreas como a urologia, cardiologia, ginecologia, otorrinolaringologia e ortopedia.

Também no recurso ao Da Vinci as seguradoras não cobrem a totalidade dos
custos, tendo o hospital definido uma comparticipação para o doente e
para a própria instalação.

Nenhuma instituição pública dispõe deste robô, o que para Jose Roquette se deve apenas a razões económicas.

A
robótica é uma das áreas do congresso Leaping Forward, que trará a
Portugal 120 oradores estrangeiros, entre os quais Vipul Patel, diretor
médico do programa de oncologia urológica no florida Hospital Cancer
Institute, que realizou mais de 10 mil cirurgias robóticas.

Philippe
Koninckx, um dos maiores especialistas no estudo e tratamento da
endometriose, que descreveu a endometriose profunda, estará igualmente
presente, assim como Paul Fockens, presidente da Sociedade Europeia de
Endoscopia Gastrointestinal, cujas áreas de interesse são o cancro
colorretal e a terapêutica bilio pancreática.

Lusa