21 de janeiro de 2013 - 12h15
O vice-presidente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR) considerou hoje que a diálise peritoneal tem benefícios para o doente, que pode fazer o tratamento em casa, e para o país, porque é “mais barata”.
A diálise peritoneal é uma técnica domiciliária, que não obriga ao transporte e à mobilização dos doentes como ocorre com a hemodiálise.
“É um tipo de tratamento mais vantajoso, mais barato para o país e com melhores possibilidade de mobilidade do doente”, disse à Lusa João Cabete, em reação à notícia divulgada hoje pelo Diário de Notícias de que o Ministério da Saúde vai apostar na diálise fora dos hospitais para reduzir custos, principalmente em transportes, que representam até 30 por cento (%) das despesas.
O jornal adianta que a central de compras da saúde já está a avançar com a aquisição de medicamentos e aparelhos nesta área e que mais médicos e enfermeiros irão dar formação aos doentes.
João Cabete adiantou que foi “surpreendido” com a notícia, uma vez que a associação tinha um pedido de reunião marcada com o ministro da Saúde para “saber quais as próximas ações que o Governo vai tomar nesta área”.
Contudo, a associação já andava a tentar incentivar os doentes para as vantagens do tratamento da diálise peritoneal, porque “é um tratamento mais barato para o país e cobre algumas lacunas dos insuficientes renais”, apesar de nem todos os doentes poderem fazer este tipo de diálise.
“Há algumas condicionantes que têm de ser vistas caso a caso, mas para o doente tem a grande vantagem de estar no conforto do lar, junto da sua família, a fazer este tratamento”, disse.
Garante ainda “muita mobilidade ao insuficiente renal” porque é um tratamento que pode ser feito “em qualquer parte do país e do mundo”, sublinhou o responsável.
“Aquilo que estamos a fazer e pedimos às autoridades é que os doentes sejam devidamente informados nas consultas pré-diálise sobre este tipo de tratamento”, adiantou João Cabete.
O vice-presidente da associação adiantou que este tipo de tratamento está ainda “muito pouco divulgado em Portugal, ao contrário dos países nórdicos, que já têm percentagens de penetração muito elevadas”.
Cerca de 10 mil insuficientes renais portugueses têm de fazer diálise.
Lusa