A propósito da atividade epidémica da síndrome respiratória do Médio Oriente por coronavírus, a Direção-geral da Saúde (DGS) lembra que não há até ao momento recomendações internacionais para restrições de viagens ou de trocas comerciais.

Estas recomendações hoje emitidas em comunicado são semelhantes às já divulgadas em 2012 e 2013 também sobre o novo coronavírus.

Desde abril de 2012 que já foram notificados mais de mil casos de infeção, incluindo 400 mortes, a maioria no Médio Oriente (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Jordânia, Omã, Kuwait, Egito, Iémen, Líbano e Irão).

Em vários países europeus foram diagnosticados até hoje 15 casos, nenhum deles em Portugal, e o nível de risco de importação de casos para a Europa mantém-se baixo.

A avaliação de risco baixo foi renovada este mês pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, depois de um caso da doença registado na Alemanha num viajante regressado do Médio Oriente.

Mesmo não havendo recomendações para restringir viagens, a DGS sugere em comunicado que os viajantes sigam os conselhos das autoridades de saúde dos países visitados, lavem frequentemente as mãos antes e depois de tocar em animais e evitem o contacto com camelos, bem como o consumo de produtos animais crus ou mal cozinhados.

A fonte de infeção da síndrome respiratória do Médio Oriente e o seu modo de transmissão ainda não estão totalmente esclarecidos, mas estudos recentes apontam para que os camelos possam ser a espécie reservatória ou hospedeira, estando envolvidos na transmissão direta ou indireta aos seres humanos.

Os viajantes que tiverem regressado de um país da região afetada há menos de 14 dias e que apresentem febre, sintomas respiratórios (como tosse) ou diarreia devem contactar o seu médico o ligar para a linha Saúde 24 (808 24 24 24), referindo sempre o lugar onde estiveram.

A incidência da síndrome respiratória do Médio Oriente aumentou novamente no mês de fevereiro deste ano, à semelhança do que ocorreu no ano passado, o que sugere às autoridades um perfil sazonal na doença.

O coronavírus está associado normalmente às comuns constipações, mas também pode desencadear os sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Severa.