“O médico não pode ser o bode expiatório (…). Aquelas medidas básicas do dia-a-dia de controlo de infeção [em hospitais e centros de saúde] estão a ser aplicadas, mas os dez milhões que fazem parte da nossa comunidade são também pessoas muito importantes” para reduzir o número de infeções associadas aos cuidados de saúde, afirmou Graça Freitas, no Porto.

Congratulando-se com os dados do relatório do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos referente a 2016, que indicam que a prevalência de Infeções Associadas a Cuidados de Saúde (IACS) foi de 7,8% no ano passado (10,5% em 2012), a responsável destacou a importância da literacia em saúde.

“Os cidadãos são um ponto importantíssimo nesta mudança de comportamentos, na utilização racional de antibióticos, na prestação de cuidados aos outros, a si próprio. Não podemos deixar um programa desta magnitude apenas nas mãos dos profissionais”, frisou.

Campanha que sensibilize a população

Graça Freitas afirmou que é preciso “incorporar a literacia em saúde no dia-a-dia das pessoas”, desde os prestadores de saúde, que são mais pessoas das que trabalham em hospitais e centros de saúde, como profissionais de empresas de ‘catering’, por exemplo, aos políticos.

Lançar uma campanha que sensibilize a população para este problema é importante e necessário, contudo, “se não for alimentada, não faz acontecer”.

“Precisamos de ter estratégias, utilizando os media, mas também todas as outras redes que temos: as escolas, o contacto entre as pessoas, multicanal. [Devemos] utilizar estratégias que no dia-a-dia reforcem a prevenção”, sustentou.

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A diretora-geral da Saúde recordou que “é melhor prevenir do que remediar, sempre”, e afirmou que apostar na prevenção de “uma infeção”, bem como na prevenção do “mau uso do antibiótico”, é dar um contributo importante para que o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos “seja um sucesso”.

Os dados revelados esta manhã indicam que em cada 100 doentes internados em Portugal, 7,8 adquiriram uma infeção associada aos cuidados de saúde, taxa superior à média europeia, mas que representa uma descida de 2,7 pontos percentuais em relação a 2012.

Apesar de admitir que há ainda “muito a fazer” para diminuir ainda mais a incidência das infeções, a responsável destacou o que Portugal conseguiu conquistar nos últimos anos, designadamente desde a criação do programa.

“[O programa] foi, de facto, uma ação muito bem estruturada, muito bem desenhada e pensada, e os resultados estão à vista”, disse, acrescentando que interessa agora “convergir para os melhores valores possíveis”.

Segundo Graça Freitas, à medida que os doentes se tornam mais graves e à medida que as terapêuticas se tornam mais complexas, a partir de determinada altura nem Portugal nem nenhum outro país vai continuar a baixar” a taxa de infeções.

“Mas é para esse valor, o mais baixo possível de acordo com a melhor ciência, com a melhor segurança para o doente, que temos que convergir. Portugal está no bom caminho e cada vez é mais seguro o doente ir aos cuidados de saúde em Portugal, ser tratado da sua patologia e não contrair outra ou contribuir para a resistência aos antibióticos”, concluiu.

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