A concentração começou pelas 11h00 junto à sede do Instituto Nacional de Emergência Médica, seguindo depois os trabalhadores em marcha até ao Ministério da Saúde, numa caminhada ruidosa, sempre acompanhada por apitos e barulhos que imitavam sirenes.

“O senhor ministro mentiu. Devia ter vergonha e vir a público reconhecer a sua incapacidade de concluir os processos negociais”, disse Luís Pesca, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicos e Sociais, quando se dirigia aos trabalhadores concentrados à porta do Ministério, onde se encontravam pelo menos 12 agentes da PSP.

O sindicalista referia-se a argumentos usados pelo ministro Paulo Macedo quando em maio criticou a greve às horas extraordinárias dos trabalhadores do INEM, invocando que havia um processo negocial a decorrer.

“Estivemos largos meses em reuniões negociais e fomos informados há 15 dias que este Governo não tinha capacidade de aprovar a criação desta carreira. Lamentamos chegar ao fim desta legislatura e o senhor ministro não ter tido a habilidade de conseguir fechar nenhum processo negocial com esta federação”, afirmou Luís Pesca aos jornalistas.

Para a Federação, “estes trabalhadores não perdoam o embuste que foram os largos meses de negociação”, que afetam um total de cerca de 600 funcionários do INEM, entre tripulantes de ambulância e trabalhadores dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Sem uma carreira concluída, referiu Luís Pesca, estes trabalhadores são equiparados a assistentes administrativos e a auxiliares, com “vencimentos na ordem dos 680 euros”.

“É extremamente vergonhoso. A nossa proposta é um impulso salarial de pelo menos 100 euros”, afirmou Luís Pesca, reclamando ainda para estes trabalhadores o direito a um subsídio de risco e penosidade.

A manifestação de hoje coincidiu, propositadamente, com a marcação de uma greve nacional de 24 horas dos trabalhadores do INEM.

De acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, há várias ambulâncias paradas no país, mas os serviços mínimos estão a ser cumpridos e nenhuma chamada ou emergência ficará por atender.

Em Lisboa, segundo o sindicato, estão paradas oito de 13 ambulâncias e no Porto encontra-se parada uma em seis ambulâncias.

Contudo, a Federação dos Sindicatos não forneceu aos jornalistas percentagens de adesão dos trabalhadores à paralisação.