Desenvolvido ao longo de 10 anos de trabalho, o plano incluiu a desativação de uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), a construção de uma outra estrutura para a substituir e ainda a criação de um novo emissário.

"A despoluição do Marialva era um objetivo de há longos anos que finalmente se está a concretizar, fruto de um trabalho persistente, casa a casa, estabelecimento a estabelecimento", declarou José Artur Neves à agência Lusa.

"A intervenção também incluiu a desativação da antiga e ineficiente ETAR da Pimenta e a construção de uma nova no lugar da Ribeira, no fundo do vale de Arouca, assim como a criação de um emissário ao longo do rio, com nove quilómetros de extensão", acrescentou o autarca.

O plano de despoluição do Marialva começou por envolver a dentificação das artérias que poderiam ter ligações de águas residuais ao rio, do que resultou a sinalização de 39 ruas da vila de Arouca como potencialmente contaminadoras.

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Seguiram-se vistorias a todos os imóveis identificados nessas artérias, para realização de testes e elaboração daquilo que um relatório da Câmara define como "um cadastro geral que registou a forma como cada prédio tem as suas águas canalizadas".

Esses testes consistiram, por sua vez, na colocação de marcadores cromáticos nos vários componentes das instalações com ligação à rede pública de saneamento, para monitorização do percurso efetuado pelas respetivas águas. "O marcador utilizado foi um corante alimentar, de forma a minimizar os danos no meio ambiente", realça o documento.

85 casas com ligações de saneamento diretas ao rio

Entre as 350 análises efetuadas, foram detetadas 85 casas com ligações de saneamento diretas ao rio Marialva (distribuídas por 12 ruas diferentes), 50 habitações com fossas ainda ativas (dispersas ao longo de 14 artérias distintas) e 10 fogos que descarregavam para o rio as águas das suas máquinas de lavar roupa (o que se verificou em três ruas).

Uma vez concluída a fase de identificação dos prédios problemáticos, a Câmara Municipal notificou os respetivos proprietários para que, no prazo de 60 dias, procedessem à resolução dos problemas detetados. Essas intervenções foram posteriormente acompanhadas pelos serviços da autarquia, cujo relatório garante que as diversas obras realizadas nos prédios "resolveram todas as situações identificadas".