Essa é só uma das conclusões do relatório elaborado pela Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, designado "Health System Review" (HIT), que revela ainda que, nos últimos 40 anos, Portugal fez progressos significativos na redução da mortalidade e no aumento da esperança média de vida à nascença que em 2014 era de 81,3, um pouco superior à da União Europeia, que registava 80,9 anos (Eurostat2016b).

Segundo o HIT, a mortalidade infantil em Portugal - 2,9 óbitos por cada 100.000 nascimento -, apresenta também uma taxa inferior à média da União Europeia - 3,7/100.000 nados vivos.

Porém as estimativas da esperança de vida são bastante diferentes entre homens e mulheres, sendo que as mulheres portuguesas vivem em média mais 6,4 anos do que os homens, valor também superior, quando comparada com os 5,5 anos contabilizados na União Europeia.

As mulheres vivem, portanto, mais do que os homens, sendo, no entanto, mais afetadas por perturbações músculo-esqueléticas, depressão e obesidade, têm também mais propensão para baixas médicas e para sofrerem de dor lombar crónica.

Baixa escolaridade associada a um pior estado de saúde

Ainda segundo o HIT, existem estudos que concluem que um baixo nível educacional está associado a um pior estado de saúde. A evidência sugere que os grupos mais vulneráveis em Portugal incluem idosos e crianças em situação de pobreza, pessoas pobres que habitam em áreas rurais, minorias étnicas, migrantes e desempregados de longa duração. Estes grupos têm maior propensão para ter problemas de saúde quando atravessam períodos prolongados de pobreza, desemprego e exclusão social.

Também existem diferenças significativas de riqueza e de indicadores de saúde, entre as áreas de Lisboa e Porto e as regiões do interior. Muitos dos que residem em áreas rurais ainda continuam a viver numa relativa pobreza e enfrentam barreiras (particularmente de distância geográfica) de acesso a serviços de saúde de qualidade.

As disparidades geográficas são apontadas no relatório como importantes uma vez que, excluindo médicos em formação, a área de Lisboa concentra 250 médicos do SNS por 100 mil habitantes, contra 100 médicos no Alentejo pelos mesmos 100 mil.

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