16 de maio de 2013 - 14h07

O desemprego prejudica “consideravelmente” a saúde das pessoas que o sofrem e também a das que as rodeiam, disse hoje o investigador Fernando Rodrigo, coordenador do relatório sobre saúde laboral em Espanha 2001-2010.

O relatório, o primeiro realizado em Espanha sobre saúde laboral segundo os seus autores, foi elaborado por especialistas de várias universidades espanholas e norte-americanas, assim como pelo Instituto Sindical do Trabalho, Ambiente e Saúde e pela Unión de Mutuas.

As conclusões do relatório foram apresentadas hoje, na Universidade de Valência, informou a agência noticiosa espanhola EFE.

Fernando Rodrigo, da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona, considerou que “o desemprego em massa (…) é o principal problema de saúde pública” de Espanha, classificando de “tremendos” os efeitos da situação.

As pessoas sentem-se vulneráveis, registam consequências psicofísicas, aumentam os cuidados psiquiátricos, o consumo de substâncias psicotrópicas, de tabaco e de álcool, assim como os suicídios, explicou o investigador.

O estudo analisa a saúde laboral nos anos de maior crescimento económico e de emprego, e mostra os primeiros efeitos da crise e do aumento do desemprego.

Rodrigo declarou que as empresas e a administração pública, que “alegam dificuldades económicas”, estão “a baixar a guarda” no seu esforço de prevenção de acidentes laborais, com o risco, na sua opinião, de “se perder o conquistado na primeira década do século XXI”.

Javier Múrcia, da Unión de Mutuas, chamou a atenção para os riscos resultantes do stress, considerando que a situação leva “a baixas e a doenças comuns que prejudicam a saúde do trabalhador e a produtividade”.

Lusa