Um grupo de cientistas, cujo estudo foi publicado na revista de renome internacional Nature, analisou quase 65 mil pessoas para decifrar que traços genéticos estão mais associados e presentes nesta doença do foro mental.

De acordo com a investigação, o principal fator que promove os sintomas da esquizofrenia é uma alteração durante o processo de "poda sináptica", que se trata de um fenómeno que se caracteriza pela supressão das sinapses - a comunicação entre os neurónios.

Realizada por neurocientistas e geneticistas da Universidade de Harvard e do Massachusetts Institute of Technology(MIT), a investigação analisou 29.000 casos de esquizofrenia, 36.000 pessoas sem a doença e 700 cérebros de pacientes que morreram na sequência da patologia. Na recolha destes dados, em 22 países, os cientistas identificaram o papel decisivo do gene C4.

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Localizado no cromossoma 6, o gene C4 sinaliza que sinapses - conexões cerebrais que transmitem dados de um neurónio para outro - devem ser eliminadas durante o processo normal de "poda sináptica".

Na investigação, os cientistas perceberam que, em pacientes com esquizofrenia, uma única variação do C4 na sequência do ADN pode levar à eliminação de células que deveriam continuar a funcionar, resultando numa perda mais alargada de massa cinzenta.

Nestes casos, "o gene está a eliminar sinapses a mais", explica Beth Stevens, neurocientista e autora da investigação.

Pela primeira vez, a origem da esquizofrenia é agora mais percetível.

A esquizofrenia, que tem como principal sintoma a psicose, afeta mais de 21 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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