Numa nota enviada à comunicação social, a deputada Margarida Balseiro Lopes lembra que, em junho de 2016, o PSD já tinha pedido esclarecimentos ao Governo a propósito da falta de médicos do Centro de Saúde da Marinha Grande.

"O PSD volta a exigir que o Governo resolva a dramática falta de clínicos naquele centro de saúde. Há cerca de 10 mil utentes sem médico de família atribuído, uma situação que prejudica o acesso aos cuidados de saúde a que os mesmos têm direito e é ainda agravada pela falta de assistentes técnicos naquela unidade", salientou a deputada.

Segundo Margarida Balseiro Lopes, em julho, o Governo respondeu ao PSD que "esperava a colocação de médicos de medicina geral e familiar no centro de saúde da Marinha Grande, ao abrigo do procedimento em concurso".

A tutela referiu, contudo, que a colocação de médicos "dependia, em exclusivo, da vontade de potenciais candidatos, no respeitante à submissão de candidatura e à aceitação do lugar" a concurso, uma vez que "tal não é passível de controlo por parte do Governo/Ministério da Saúde, já que se trata de uma opção de âmbito estritamente pessoal e individual".

Esta é uma resposta que os deputados dizem não aceitar, porque, para Margarida Balseiro Lopes, trata-se "de uma completa desresponsabilização do Governo em relação à eventual inexistência de acesso aos cuidados de saúde num determinado concelho ou região".

A deputada sublinha ainda que "meses depois, a situação no Centro de Saúde da Marinha Grande é absolutamente caótica, tendo aliás o serviço de atendimento permanente já estado fechado e sendo muito considerável o número de médicos em falta, desde logo porque há quase uma dezena de baixa médica".

Em resposta à agência Lusa, há cerca de uma semana, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) explicou que "devido a uma reclamação surgida no âmbito do recente concurso que decorreu para prestação de serviços clínicos para o Centro de Saúde da Marinha Grande, foi necessário proceder à suspensão dos trâmites normais e dar lugar à fase de audiência prévia ao concorrente reclamante, facto que terá contribuído para alguma morosidade no processo".

A ARSC "lamenta os eventuais transtornos causados aos utentes neste período transitório", mas assegura que, "a curto prazo, o problema será ultrapassado com a contratação efetiva de serviços médicos".