"O Governo prevê a construção de um novo espaço físico autónomo para oncologia, com a instalação da Radioterapia no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu? Se sim, para quando?", questionam.

Numa pergunta endereçada ao Ministério da Saúde, os parlamentares Ana Virgínia Pereira, Carla Cruz e João Ramos dizem esperar que venham a ser dados esclarecimentos sobre a existência de uma negociação do anterior Ministério com uma unidade privada de saúde existente em Viseu para instalação da unidade de Radioterapia.

"A existir algum acordo com alguma unidade de saúde privada, o Governo tenciona cessar o acordo em nome do interesse público e da defesa do Serviço Nacional de Saúde?", acrescentam.

Para os deputados comunistas, a criação do serviço de Radioterapia no Hospital de São Teotónio será "uma mais-valia extraordinária para este hospital e para os cerca de 400 mil utentes que serve".

Apontam ainda que esta é uma pretensão que vem "sendo reclamada por todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal de Viseu e pela população, estando inscrita nos objetivos de sucessivos governos".

O Hospital de S. Teotónio (Centro Hospitalar Tondela-Viseu) dispõe já do serviço de Oncologia com um volume de doentes em algumas patologias semelhante ao do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC). Há todos os anos mais mil doentes e não existe um serviço de radioterapia", justificam.

No documento, assinalam que " é imperiosa a existência de um novo espaço físico autónomo para Oncologia, com a instalação da Radioterapia".

"A sua concretização permitirá responder às necessidades dos doentes oncológicos com mais eficácia, mais comodidade para os utentes e menos custos para o Estado. A não existência da radioterapia em Viseu implica a deslocação de todos os doentes a e/ou para Coimbra, com os inconvenientes económicos, de bem-estar e de eficácia médica que isso implica", sublinharam.

Os deputados comunistas apontam que há dezenas de doentes que, por razões de distância e de horários, pagam do seu bolso os transportes e mesmo a sua instalação na cidade onde vão receber tratamento.

"Foi por isso com espanto e indignação que a população tomou conhecimento, pela comunicação social, de que o presidente da Câmara de Viseu tinha 'negociado' com o ministro da Saúde do Governo PSD/CDS, a instalação de uma unidade de Radioterapia numa unidade de saúde privada. Este 'negócio', a existir, é absolutamente contrário aos interesses dos doentes, que são a questão central", sustentaram.

Ana Virgínia Pereira, Carla Cruz e João Ramos referem ainda que a Entidade Reguladora da Saúde "já se pronunciou sobre este assunto e aponta o Centro Hospitalar Tondela Viseu como local que permite maior aproveitamento da instalação do equipamento de Radioterapia".

"É facto que, a instalação do acelerador linear (Radioterapia) está previsto desde 2002 e a administração do Hospital de Viseu efetuou o pedido para a sua instalação em 2004, mas, até à data, não foi concretizada", concluíram.