“É uma demissão que respeito e que aceitei. Os cuidados de saúde do CHTMAD não estão minimamente afetados com esta demissão dos meus adjuntos”, afirmou hoje aos jornalistas o diretor clínico do centro hospitalar, João Gaspar.

Os cinco médicos apresentaram esta semana a sua demissão ao conselho de administração do CHTMAD, sem divulgarem as razões que estiveram na origem desta tomada de posição. A demissão é extensiva aos centros de gestão liderados pelos clínicos.

“Demitiram-se devido ao não enquadramento com esta nova estrutura organizacional. Não se reveem na utilidade e dinâmica dos centros de gestão, que são aparelhos de organização desta instituição e que procuram fazer a intermediação entre o conselho de administração e os serviços”, salientou João Gaspar.

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O responsável referiu que, de imediato, foram indicados os nomes que vão constituir esta nova equipa. João Gaspar admitiu estar “triste” com a tomada de posição dos seus adjuntos, que foram convidados para o cargo pelo próprio. “Com uma posição, fragilizado não fico. Mas é evidente que me sinto triste. No entanto, eles continuam a desempenhar as funções de diretores de serviço”, referiu.

Diretora do Serviço de Anestesia também pediu demissão

O diretor clínico confirmou ainda o pedido de demissão do cargo da diretora do serviço de anestesia no dia 04 de outubro, mas não quis tecer mais comentário sobre esta situação.

Entretanto, os deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real já disseram que vão pedir esclarecimentos Ministério da Saúde sobre as demissões dos adjuntos da direção clínica e querem quais as razões invocadas e se “são um reflexo de um qualquer mal-estar que se vive no CHTMAD”.

Os parlamentares querem ainda saber se estas demissões resultam da “degradação da funcionalidade do centro hospitalar ou da baixa de produtividade ao longo do ano” e quando se a “situação vai ser normalizada”.

O PSD considerou que a falta de médicos é um “problema maior” do CHTMAD e referiu que das 36 vagas abertas para a contratação de profissionais apenas um terço foi preenchido.

De acordo com os deputados, as especialidades com mais carências são urologia e anestesia, serviço para o qual foi contratado um novo especialista mas que perdeu outro médico.

E relativamente ao anúncio do Governo de contratação de 10 novos anestesistas e um urologista para o centro hospitalar, o PSD disse que se "trata apenas" de contratos de prestação de serviços muito diversos e que correspondem a mais algumas horas por semana.