O BE defendeu hoje a realização de uma auditoria aos meios do recém-criado Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e que os dadores voltem a estar isentos do pagamento de taxas moderadoras.

Em declarações à agência Lusa, o deputado do BE João Semedo acusou o Governo de "desincentivar" a dádiva de sangue em Portugal e considerou que um dos principais problemas reside na "desorganização dos serviços" do IPST.

Este instituto resultou da recente fusão entre o Instituto Português do Sangue e a Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação.

"O sangue que falta em Portugal não resulta da redução e da atitude de desagrado e descontentamento dos dadores. O sangue vem a descer desde 2011. Em 2011 houve menos sangue colhido do que em 2010 e já em 2012 as colheitas de sangue desceram nos dois primeiros meses 20 por cento em relação a 2011", disse.

O deputado defendeu a criação do Estatuto do Dador de Sangue – projeto que o BE já apresentou e está em discussão na Assembleia da República – e que os dadores voltem a ter isenção nas taxas moderadoras nos serviços de saúde.

João Semedo referiu ainda como problemas a diminuição dos pontos de recolha e do incentivo à dádiva, razões pelas quais " é inevitável que o sangue falte periodicamente".

"Por isso propomos ao Governo que faça uma auditoria aos serviços do antigo Instituto Português do Sangue e que o dote dos recursos técnicos, humanos e financeiros indispensáveis àquilo que é necessário fazer, que é aumentar significativamente as colheitas de sangue em Portugal", concluiu.

6 de março de 2012

@Lusa