Segundo um relatório que é hoje apresentado pela Direção-geral da Saúde (DGS), no primeiro semestre do ano passado, em comparação com o período homólogo de 2014, subiram quase 10% os custos com medicamentos oncológicos.

“Estamos a assistir a uma deriva significativa no sentido do consumo de fármacos mais caros, colocando pressão muito significativa no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, refere o relatório “Portugal – Doenças Oncológicas em números 2015”.

Classificando estes dados como “preocupantes”, o documento assinala que se manteve o aumento do consumo de medicamentos em quantidade, “mas agora com aumento também dos custos associados”.

Aliás, uma das recomendações do relatório da DGS aponta para a necessidade de monitorizar a efetividade terapêutica de novos fármacos e intervenções, através do registo oncológico nacional.

“O aumento da despesa com medicamentos é preocupante, particularmente com os novos fármacos. A necessidade de monitorizar a efetividade terapêutica é indispensável para conseguirmos aferir os ganhos reais em saúde, face ao custo crescente dos mesmos”, indica o documento.

No primeiro semestre do ano passado, os encargos do SNS com medicamentos oncológicos em meio hospitalar ultrapassaram os 205 milhões de euros, quando, no mesmo semestre de 2014, tinham ficado abaixo dos 188 milhões.

Em termos de quantidade, do primeiro semestre de um ano, para o do ano seguinte, passou-se de 16 milhões de unidades, para 16,7 milhões.

Já na venda de medicamentos oncológicos em farmácia comunitária, a diferença não é tão significativa. Do primeiro semestre de 2014 para o de 2015, os encargos do SNS cresceram 1,3% e as quantidades superaram este crescimento, aumentando 2,1%.