No distrito de Castelo Branco, "são poucas dezenas de hectares em duas ou três explorações”.

“Não é muito preocupante, mas a contaminação [transgénicos] pode estar presente", disse hoje à agência Lusa Samuel Infante, da Quercus.

De acordo com os dados disponibilizados no sítio da internet da "Plataforma Transgénicos Fora", foram plantadas, em 2014, culturas de milho transgénico nos concelhos de Castelo Branco (uma exploração com 16 hectares); Covilhã (uma exploração com 10 hectares); Idanha-a-Nova (duas explorações num total de 50 hectares) e Vila Velha de Ródão (uma exploração com 52 hectares).

Contudo, de 2013 para 2014, registou-se um aumento do cultivo de milho transgénico no distrito de Castelo Branco, de mais 35 hectares.

Samuel Infante explicou que apesar do uso de transgénicos estar permitido na União Europeia (UE), a Comissão Europeia (CE) deu a possibilidade a que cada país possa optar por permitir, ou não, a comercialização de transgénicos.

"Infelizmente Portugal, tal como a Espanha e a República Checa, são dos poucos países onde ainda é permitido, quando a grande maioria já não o permite", adiantou.

O ambientalista sublinhou ainda que este tipo de plantas geneticamente modificadas "só aumenta a dependência dos agricultores em relação aos pesticidas, além de terem um impacto enorme na saúde e nos ecossistemas".

"Temos problemas de contaminação paralela, ou seja, se eu sou um agricultor biológico ou convencional e mesmo respeitando a legislação nacional e as distâncias regulamentares, isso não impede que haja contaminação. Não há forma física de conter essa contaminação para quem não usa este tipo de plantas", sublinhou Samuel Infante.

A contaminação de pólen das plantas transgénicas em outras culturas, sejam elas biológicas ou convencionais, "é um problema muito sério", concluiu o ambientalista.