Esta orientação do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) levou em conta que “a transmissão do vírus Zika por via sexual é uma possibilidade”, embora ressalve que “não existe qualquer informação sobre consequências desta infeção no âmbito das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA)”.

“Ao abrigo da precaução e também com o objetivo de minimizar/eliminar os potenciais riscos de contaminação para quem trabalha no setor laboratorial destas unidades de saúde”, o CNPMA recomendou aos centros onde estas técnicas são aplicadas um conjunto de medidas.

Os centros não devem aceitar “dádivas de dadores terceiros de espermatozoides que tenham regressado de países em que a infeção por vírus Zika tenha expressão epidémica há menos de seis meses”.

Também as dádivas de dadoras terceiras de ovócitos que tenham regressado desses países há menos de 28 dias não devem ser aceites, prossegue a recomendação, a que a Lusa teve acesso.

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Em relação aos tratamentos realizados com gâmetas de casais em que pelo menos um dos parceiros tenha visitado um dos países em causa, mesmo que nenhum tenha manifestado sintomas de doença pelo vírus Zika, o CNPMA recomenda aos centros que “exerçam o grau de precaução que achem adequado a cada situação em concreto”, recordando que a Direção Geral da Saúde (DGS) recomenda para homens assintomáticos a utilização de preservativo nas relações sexuais durante 28 dias.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no passado dia 01 de fevereiro, uma emergência de saúde internacional devido à possível relação entre os casos de microcefalia em recém-nascidos registados no Brasil com o vírus Zika, apesar de declarar que esta ligação ainda não foi provada cientificamente.

O Brasil é o país mais atingido no mundo pela epidemia de Zika - transmitido por picada de mosquito -, com 1,5 milhões de doentes e três mortes confirmadas, seguindo-se a Colômbia (22.600 casos).