O maior congresso médico alguma vez realizado em Portugal começa na segunda-feira em Lisboa, é dedicado à diabetes e reúne mais de 18 mil especialistas, que já esgotaram todos os quartos de hotel da capital.

“Trata-se do maior congresso médico que alguma vez existiu em Portugal, com mais de 18 mil pessoas, a maioria médicos, mas também outros profissionais ligados à saúde e à indústria farmacêutica. O congresso decorre no Pavilhão Atlântico e em mais quatro pavilhões da FIL”, disse à agência Lusa Luís Gardete, responsável pela organização do evento.

Destacando ainda a grandiosidade do congresso, Luís Gardete adiantou que em Lisboa os quartos de hotel estão todos esgotados e que já há pessoas a dormir a 100 quilómetros de distância ou a alugar quartos particulares.

No congresso anual da EASD - European Association for the Study of Diabetes, instituto europeu com sede em Dusseldorf, serão apresentados todos os temas relacionados com a doença, como as suas complicações, as várias opções de tratamento, relação entre diabetes e cancro ou novas medicações, entre outros temas.

Estão previstas 1.200 comunicações, entre orais e 'posters', e todos os dias haverá uma “lecture”, que são temas principais muito fortes, que dão uma lição ou fazem um ponto da situação, disse.

Portugal tem 42 trabalhos apresentados e aceites, destacou o responsável, sublinhando que “este é um número muito bom que nos coloca à frente de outros países europeus, como a Suíça”.

A sessão de abertura terá lugar na segunda-feira ao fim do dia, estando previsto para depois dos discursos um momento musical de fado, com Cristina Branco.

Durante a manhã desse dia, decorrerão simpósios da indústria farmacêutica, fora do contexto do congresso, ao mesmo tempo que 150 autocarros descarregam na zona do Parque das Nações pessoas para participar no evento. Depois de se iniciar o congresso, serão distribuídos aos participantes bilhetes para viajar no Metro e na Carris durante os cinco dias.

Luís Gardete lembrou que as estimativas apontam para a existência de um milhão de diabéticos em Portugal, 40 por cento sem diagnóstico feito.

“O diagnóstico precoce é importante para não haver complicações, que podem ser várias como a retinopatia, que pode conduzir à cegueira, e a nefropatia, que pode levar à insuficiência renal ou o enfarte do miocárdio”, realçou.

Além disso, há uma redução de esperança de vida significativa nas pessoas não controladas. O diagnóstico não é feito na maior parte das vezes porque as pessoas não têm sintomatologia, apenas pequenas manifestações que não chamam a atenção, acrescentou.

O comité internacional da EASD é representado por Viktor Jörgens, diretor executivo deste instituto, e por Luís Gardete, presidente da Comissão Organizadora e também presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal.

O congresso decorre entre 12 e 16 deste mês.

08 de setembro de 2011

Fonte: Lusa