30 de agosto de 2013 - 10h45
Seiscentas pessoas participam no 51.º Congresso Internacional da Associação Internacional de Toxicologistas Forenses que se realiza no Funchal, Madeira, entre 02 e 06 de setembro.
“Estamos já com cerca de 600 pessoas inscritas, com 62 países representados”, disse à agência Lusa Helena Teixeira, representante nacional na Associação Internacional de Toxicologistas Forenses, adiantando: “A nossa área tenta solucionar casos de homicídios, suicídios, acidentes ou mortes com causa desconhecida ou casos onde se pretende avaliar a influência de substâncias na atividade laboral ou nos acidentes”.
Helena Teixeira, presidente do congresso, explicou que a iniciativa, uma organização do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, vai abordar os desafios que se colocam ao trabalho dos toxicologistas forenses, contando com contributos de especialistas de outras áreas, da medicina à biologia, da química ao direito, da farmácia à genética, e profissionais ligados à investigação e perícia.
“São áreas cujo trabalho é, também, importante para esclarecer, não apenas as mortes, mas assuntos relacionados com o Código da Estrada, acidentes laborais e toda uma prática da clínica forense que tem a ver com os exames ligados a agressões sexuais”, exemplificou a investigadora.
Os trabalhos começam na segunda-feira, com um simpósio de jovens cientistas, dia em que está, também, prevista a primeira reunião de toxicologistas forenses de línguas portuguesa e espanhola e a sessão de abertura.
No dia seguinte, o tema em destaque são as substâncias emergentes, uma das matérias que mais preocupa os toxicologistas forenses.
“São substâncias que vão estando disponíveis e têm efeitos tão maus ou piores ainda do que algumas das substâncias ilícitas publicadas que todos conhecemos de há muito tempo”, afirmou Helena Teixeira.
Regozijando-se por o país ter incorporado legislação que impede uma “cedência fácil” deste tipo de substâncias, a responsável expressou, contudo, preocupação com a associação de diferentes substâncias.
“É algo que se tem assistido com alguma frequência, muitas vezes as substâncias isoladamente podem não causar um risco de vida e a associação delas pode provocar os desfechos fatais que vamos tendo”, alertou.
Ainda na terça-feira é abordada a toxicogenómica, “ciência em grande expansão que visa o estudo de alterações individuais que possam explicar alguns desfechos fatais associados a substâncias toxicológicas”, referiu a responsável.
O dia 04 está reservado para apresentações técnicas de cerca de 25 empresas internacionais que trabalham para o desenvolvimento da ciência e da investigação forenses.
Na quinta-feira a toxicologia “postmortem” e a vertente da associação de substâncias a comportamentos de risco e desviantes são matérias em discussão, enquanto o último dia do congresso internacional, dia 06, reserva o debate obre a introdução no mercado de substâncias psicoativas, numa análise sobretudo nacional e que vai abordar, ainda, a falsificação de outro tipo de produtos.
Lusa