Em 17 pacientes, as autoridades foram capazes de estabelecer uma relação com o Zika, vírus suspeito de estar ligado à microcefalia, uma malformação congénita.

A 30 de janeiro estavam a ser analisados 4.783 casos suspeitos de microcefalia, dos quais, 709 foram descartados e 404 tiveram o diagnóstico confirmado, um aumento de 49,6% face à semana anterior, especifica o Ministério da Saúde brasileiro em comunicado.

O número de casos suspeitos, por seu lado, aumentou 6,43% no mesmo intervalo de tempo.

Por comparação, 147 casos de microcefalia foram diagnosticados em todo o ano de 2014.

Além disso, foram reportadas 76 mortes infantis, incluindo 15 de crianças que sofriam de microcefalia ou de uma outra alteração do sistema nervoso, sendo que o vírus Zika foi identificado em cinco.

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Cinquenta e seis casos estão ainda a ser analisados, enquanto cinco foram descartados.

“O Ministério da Saúde investigou todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central reportados pelos estados, bem como a sua possibilidade de ligação ao vírus Zika e a outras doenças congénitas”, indicou o ministério.

Desde abril de 2015, mais de 1,5 milhões de brasileiros contraíram o vírus Zika, que se propaga de forma exponencial na América Latina através do mosquito “Aedes aegypti”, que é também o vetor da dengue, da febre amarela ou da febre chikungunya.

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, garantiu, esta terça-feira, que “não vão faltar recursos financeiros” para combater os mosquitos que transmitem o Zika, a seis meses da realização dos Jogos Olímpicos, que vão ter como sede o Rio de Janeiro.

O governo brasileiro já anunciou a mobilização de 220 mil militares este mês, tal como um forte contingente de funcionários do setor da saúde, que vão realizar fumigações e eliminar os pontos de água estagnada, favoráveis ao desenvolvimento dos mosquitos, bem como ações de sensibilização da população.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou, esta segunda-feira, que os casos de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem uma emergência sanitária de alcance internacional, mas disse não ter sido comprovada relação com o vírus zika.

A OMS confirmou que, até à data, foram detetados casos em 25 países e territórios das Américas.

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