O surto desta doença nos Açores foi detetado em dezembro na Graciosa, confirmando-se agora a sua presença em mais três ilhas do arquipélago.

As análises foram realizadas pelo Laboratório Regional de Veterinária e pelo CIBIO/Universidade do Porto a amostras de coelhos-bravos mortos recolhidos nas Flores, São Jorge e Terceira, tendo-se confirmado "a presença da nova estirpe da doença hemorrágica viral (DHV) nas populações de coelho-bravo" daquelas três ilhas, segundo um comunicado do executivo regional.

O Governo Regional decidiu, por outro lado, proibir a caça na ilha Terceira, interdição que havia já sido decidida no início do ano para São Jorge e Flores, por causa do número "significativo" de coelhos-bravos encontrados mortos, e na Graciosa, ainda em dezembro.

Entre 02 e 19 de janeiro foram recolhidos 2.780 coelhos mortos na ilha das Flores, 1.333 em São Jorge e 80 na Terceira, revela o Governo Regional.

"Os serviços das direções regionais dos Recursos Florestais e da Agricultura mantêm em curso iniciativas destinadas a informar a população sobre os comportamentos a adotar para impedir a disseminação do vírus, nomeadamente avisar de imediato os Serviços Florestais dos locais da presença de coelhos mortos, prevenir a disseminação para os coelhos domésticos e promover a desinfeção de calçado, vestuário, ferramentas e interior das viaturas, no caso de contacto com coelhos infetados", diz o governo açoriano.

Segundo a mesma nota, "a implementação destas iniciativas tem permitido uma evolução positiva na contenção dos efeitos do surto da virose hemorrágica detetado em dezembro de 2014 na ilha Graciosa".

Não contagiosa para o ser humano

O Governo Regional reitera ainda que esta doença, "apesar de muito contagiosa para os coelhos", não se transmite aos seres humanos ou outras espécies animais. No entanto, a carne dos coelhos afetados não deve ser consumida.

“Esta doença, apesar de muito contagiosa para os coelhos, não é transmitida ao ser humano ou a outras espécies animais”, disse a diretora regional dos Recursos Florestais, Anabela Isidoro, em dezembro passado, citada numa nota do executivo açoriano em que acrescenta que, no entanto, “não deve ser consumida a carne de coelhos infetados e deve-se proceder à recolha e eliminação dos animais mortos”.