Segundo um comunicado da ESA, os níveis de metano "mantiveram-se mais ou menos contantes até 2007", altura em que começaram a crescer "cerca de 0,3% por ano".

Os de dióxido de carbono "continuam a aumentar cerca de 0,5% por ano". Os resultados baseiam-se em dados dos satélites europeu Envisat e japonês GoSat, recolhidos entre 2003 e 2014.

As agências norte-americanas NASA e National Oceanic and Atmospheric Administration indicam que os recordes de altas temperaturas têm sido sucessivamente quebrados. Abril foi o sétimo mês consecutivo com as temperaturas mais elevadas de sempre.

Os cientistas atribuem o aumento recente do metano à atividade agrícola e aos combustíveis fósseis (carvão mineral, gás natural, petróleo).

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Os dados revelam elevadas concentrações de metano na Índia e na China, em agosto e setembro, uma vez que pântanos e arrozais são "uma das principais fontes" de emissão deste gás, sendo as emissões "maiores se o clima for quente e húmido".

De acordo com a ESA, o dióxido de carbono "apresenta flutuações sazonais semelhantes, embora com concentrações máximas no início da estação, em latitudes setentrionais".

"Atualmente, as plantas captam cerca de 25% do dióxido de carbono que emitimos, e, sem isto, os níveis e as consequências seriam muito maiores", assinalou, citado na nota da ESA, o investigador Michael Buchwitz, do Instituto de Física Ambiental, da Universidade de Bremen, na Alemanha.

O especialista, que lidera um projeto sobre gases que promovem o aquecimento terrestre, da agência espacial europeia, lembrou que continua a ser uma incógnita a forma como as plantas "irão responder a uma mudança climática".