À garantia dada por Brian Johnson de que o risco de perda total de audição que enfrenta se deve ao tempo que passou nas pistas de automobilismo – negligenciando os protetores auditivos que devem ser usados debaixo do capacete –, somam-se teorias, entre as quais, a de que o risco de surdez do vocalista resulta da exposição contínua a níveis de ruído elevados a que se sujeitou durante os concertos.

Garantias e teorias à parte, certo é que, de acordo com Observatório de Prevenção Auditiva para os Músicos (OPAM), apenas um em quatro (músicos) utiliza algum tipo de proteção auditiva durante os ensaios/atuações. O mesmo vale para os milhares de pessoas que, anualmente, frequentam os festivais de verão. Quantas delas usarão protetores auditivos em resposta ao risco a que estão expostas?

Num concerto de rock, o som pode facilmente atingir os 110-120 decibéis (dB), o equivalente ao designado “limiar da dor”. Sabe qual é o tempo máximo recomendado de exposição diária a este valor de intensidade de pressão acústica? Apenas 15 minutos, diz Dulce Martins Paiva, diretora geral da GAES – Centros Auditivos Portugal.

Cientes de que a emoção e a adrenalina vividas durante um concerto não podem sobrepor-se aos danos que o volume elevado pode provocar nos ouvidos, os Pearl Jam anunciaram a distribuição de protetores auditivos nas suas próximas atuações. O baixista da banda foi inclusivamente mais longe, deixando um alerta aos fãs na sua página de Facebook: "Não sejam indiferentes ao ruído a que se submetem durante um concerto de rock ou ao volume da música que ouvem com fones, como eu fiz durante 30 anos, ou vão acabar como eu, a enfrentar todas as noites uma sensação de pressão/peso nos ouvidos e a não conseguir desfrutar convenientemente do silêncio maravilhoso que alguns lugares nos proporcionam".

"Ruídos acima de uma determinada pressão acústica são sempre lesivos para o ouvido humano, embora a probabilidade de provocarem lesões dependa, obviamente, da intensidade dos picos de pressão e do tempo de exposição", relembra Dulce Martins Paiva. "O som começa a ser lesivo acima dos 80dB, e quando sujeitos a uma pressão acústica de 120/130dB passamos o chamado limiar de conforto ou limiar de dor", conclui.

No próximo festival de verão das duas uma: afaste-se convenientemente das colunas ou muna-se de um bom par de protetores auditivos. Existe uma vasta gama de soluções de proteção auditiva adaptadas a diferentes ambientes e personalizadas à medida do seu canal auditivo.