Na terça-feira, a Comissão Europeia fez saber que ia pedir uma renovação por cinco a sete anos, em vez dos dez previstos, na sequência de um voto não vinculativo do Parlamento Europeu (PE) defendendo a proibição do produto a partir de 2022.

Perante o novo adiamento de uma decisão no comité de peritos, o executivo comunitário salientou que vai refletir sobre os argumentos dos representantes dos Estados-membros e agendar em breve a data de uma nova reunião.

No comité de peritos, é necessária uma maioria qualificada de 55% dos Estados-membros que representem 65% da população da UE para ser aprovada ou rejeitada uma proposta da Comissão Europeia.

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O PE, no texto aprovado, nota que documentos internos da Monsanto, a empresa proprietária e fabricante de Roundup, um produto cuja substância ativa é o glifosato, lançam “dúvidas sobre a credibilidade de alguns estudos, tanto os patrocinados pela Monsanto como os estudos presumivelmente independentes, que figuravam entre os dados utilizados pela EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos) e ECHA (Agência Europeia dos Produtos Químicos) para a sua avaliação de segurança do glifosato”.

No texto adotado, o Parlamento Europeu defendeu a proibição de quaisquer utilizações de glifosato em parques públicos, parques infantis e jardins públicos, ou nas suas imediações, após 15 de dezembro deste ano.

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A 09 de outubro passado, a Comissão Europeia anunciou ter recebido uma iniciativa de cidadania europeia para proibir o uso de herbicidas à base de glifosato, que recolheu mais de um milhão de assinaturas de cidadãos da UE.

A iniciativa de cidadania europeia, a quarta a ser apresentada, pede a Bruxelas que “proponha aos Estados-membros a proibição do glifosato, reforme o procedimento de aprovação de pesticidas e estabeleça, ao nível da UE, metas de redução obrigatórias para a utilização de pesticidas”.